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Alto Alegre planeja investir R$ 300 milhões em 4ª usina

Embalado pelo movimento de expansão do setor sucroalcooleiro e pelo aumento da demanda por álcool combustível, o grupo Lincoln Junqueira, mais conhecido como Alto Alegre, com três usinas de açúcar e álcool, anunciou que planeja construir sua quarta unidade no Centro-Sul do país. A nova usina deverá receber investimentos da ordem de R$ 300 milhões, incluindo aportes nas áreas agrícola e industrial.

O local onde será instalada a nova unidade ainda está em estudos, mas o martelo deverá ser batido até o fim deste ano, afirmou Luiz Carlos Corrêa Carvalho – conhecido como Caio -, diretor de relações com os investidores do grupo. A companhia avalia propostas para instalar sua nova usina no Paraná ou em São Paulo. “Ainda estamos definindo a futura área para arrendamento”, afirmou Carvalho.

A companhia quer priorizar as regiões próximas às atuais usinas do grupo. Com sede em São Paulo, na cidade de Presidente Prudente, o grupo tem duas usinas instaladas no Estado – a Alta Mogiana, em São Joaquim da Barra, e a Alta Floresta, em Presidente Prudente. No Paraná, na cidade de Colorado, funciona a unidade Junqueira. Serão levadas em consideração a região com maior concentração de terras ofertadas e as melhores condições de infra-estrutura. A empresa pretende negociar com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiamento para parte dos investimentos.

A expectativa do grupo é que o plantio de cana-de-açúcar da nova usina comece em 2006, e as operações industriais, a partir de 2008. Na primeira etapa dos investimentos, a moagem de cana deverá ser de até 2 milhões de toneladas. A segunda fase, projetada para os próximos dez anos, prevê moagem de até 4 milhões de toneladas.

A nova unidade deverá produzir álcool em seu primeiro ano de operação, mas também passará a industrializar açúcar nos anos seguintes. “O grande crescimento está projetado para o mercado de álcool”, observou Carvalho.

Na última safra, a 2004/05, as três usinas do grupo moeram, juntas, 6,889 milhões de toneladas, uma queda de 4% sobre a safra 2003/04. A baixa reflete os problemas climáticos que afetaram parte das usinas do setor.

A expectativa para a próxima safra é que as usinas processem 7,95 milhões de toneladas e industrializem 15,591 milhões de sacas de 50 quilos de açúcar. Deste total, 80% serão negociados no mercado interno, onde o grupo tem participação no varejo. A marca de açúcar Alto Alegre é distribuída entre pequenos e médios varejistas da capital de São Paulo e cidades do interior. Para o álcool, a produção está estimada em 208,243 milhões de litros.

Estimulado pelo Proálcool, o grupo foi fundado em 1978 pelo empresário Oscar Figueiredo Filho. Com a morte do fundador, em agosto do ano passado, os três filhos do empresário assumiram os negócios da família.

As apostas são para que a nova unidade seja construída no Paraná, onde o grupo fundou sua primeira usina. O Estado tem atualmente 27 usinas e deverá ganhar uma nova unidade em 2006, com um investimento já anunciado do grupo Santa Terezinha.

Apesar de ser um Estado com tradição sucroalcooleira, sobretudo em exportação, há quase 20 anos não há novos investimentos em unidades no Estado, segundo José Adriano Dias, diretor-superintendente da Associação dos Produtores de Açúcar e Álcool do Paraná (Alcopar). Nesse período, três usinas sucroalcooleiras foram desativadas no Estado.

No ano passado, o governo do Paraná anunciou um programa para a expansão da atividade no Estado. A expectativa é que a área plantada aumente em 150 mil hectares, totalizando 500 mil hectares nos próximos anos. A produção de cana no Paraná está estimada em 28 milhões de toneladas para esta safra.

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