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Alta dos grãos ameaça produção de biocombustíveis, diz jornal

O alto preço dos grãos no mercado internacional ameaça a nascente indústria mundial de biocombustíveis, segundo afirma reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal econômico britânico Financial Times.

Segundo o jornal, a forte alta recente de produtos como milho, trigo e soja, usados na produção de biocombustíveis, aliada à queda gradual no preço do petróleo, ameaça a viabilidade econômica da produção.

A reportagem observa que o Brasil, por produzir etanol a partir da cana-de-açúcar, não deve ser tão afetado pelo problema.

O jornal relata que o temor de uma crise na produção de biocombustíveis “levou os Estados Unidos a iniciarem negociações com o Brasil sobre formas de criar um mercado global para os biocombustíveis ao criar padrões comuns”.

Mas a reportagem observa que, apesar disso, os Estados Unidos se recusam até agora a rever a tarifa de importação de 54% imposta ao etanol que entra no mercado americano, tornando mais difícil a exportação do produto brasileiro ao país.

Segundo o jornal, “apesar de os biocombustíveis terem sido apresentados como uma forma de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, porque as plantas das quais eles são feitos absorvem dióxido de carbono da atmosfera conforme crescem, muitos grupos ambientalistas já começam a questionar as políticas para aumentar o uso de biocombustíveis”.

“Isso porque alguns dos países que planejam produzir mais biocombustíveis estão destruindo florestas para abrir espaço a plantações de palmeiras de dendê, cana ou outros cultivos destinados aos biocombustíveis”, diz o texto.

Além disso, segundo a reportagem, “outros especialistas questionam a economia de energia pelo uso de biocombustíveis”, porque a própria transformação de plantas em combustíveis usaria muita energia, além de consumir uma alta quantidade de fertilizantes.

Lula no Uruguai

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá usar sua viagem ao Uruguai, no domingo, para tentar convencer o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, a não abandonar o Mercosul, segundo reportagem publicada pelo diário econômico argentino El Cronista Comercial.

“O mandatário brasileiro tentará convencer Vázquez a não abandonar o Mercosul para se aproximar mais dos Estados Unidos e apelará para isso a todo o charme de sua carteira: oferecerá creditos do BNDES, mais acesso a seu mercado e novos investimentos de suas empresas na margem esquerda do rio da Prata”, diz o jornal.

Segundo o Cronista Comercial, “o objetivo de Lula se fez mais urgente por causa da visita que o presidente George W. Bush inicia no dia 8 de março, com escalas em Brasília, Montevidéu, Bogotá, Lima e México”.

“O temor da diplomacia verde-amarela é que a visita do chefe da Casa Branca acelere um tratado de livre comércio bilateral (TLC) entre os Estados Unidos e o Uruguai, o que significaria uma virtual renúncia uruguaia ao Mercosul”, afirma o diário.

Segundo a reportagem, o embaixador brasileiro no Uruguai, José Felício, afirmou que seu país tem “interesse político” em aprofundar sua relação com o Uruguai e “lembrou a recente proposta de Lula – rechaçada pela Argentina – para favorecer os sócios menores no comércio entre os países do bloco”.

Influência de Chávez

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está fortalecendo seus laços econômicos com os países da América Latina para tentar limitar a influência dos Estados Unidos sobre a região, afirma reportagem do diário The Washington Post desta sexta-feira.

“Chávez recentemente anunciou que seu governo construiria casas populares, uma estrada e uma refinaria de petróleo na Nicarágua, como parte de um pacote de ajuda que beneficiaria um dos mais obstinados adversários de Washington na Guerra Fria, o presidente Daniel Ortega”, relata a reportagem.

“Mais para o sul, a Venezuela prometeu dar ao Equador um crédito de US$ 1 bilhão, num gesto que poderia aliviar o impacto se o governo esquerdista do país cumprir sua ameaça de não pagar sua dívida externa. E, ao lado do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, um inimigo do governo Bush, Chávez anunciou um fundo de investimento de US$ 2 bilhões para a América Latina”, diz o texto.

Para o jornal, o sucesso da estratégia de Chávez, financiada graças às receitas com a maior reserva de petróleo das Américas, é relativo, com grandes economias da região, como México, Brasil, Chile, Colômbia e Peru, mantendo políticas econômicas pró-mercado.

A reportagem questiona ainda a capacidade da Venezuela de manter essa política por um longo tempo.

“Apesar de a economia estar crescendo graças aos altos preços de petróleo, o país tem pouco investimento privado e cria poucos empregos. E, seguindo a previsão de economistas céticos sobre o modelo de Chávez, a inflação está disparando – tanto que Chávez recentemente ameaçou nacionalizar lojas de alimentos se elas não limitarem seus aumentos de preços”, diz o jornal.

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