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Alta do dólar abala as cotações das commodities agrícolas

O mercado de açúcar enfrentou ontem fortes oscilações nas bolsas internacionais. A desvalorização do real frente ao dólar em 4,62% contribuiu para acentuar as incertezas. A perspectiva de alta das taxas de juros americanas também contribuiu para a turbulência que afetou os mercados de cacau, café, trigo, milho e soja, segundo analistas. Mas nenhuma das commodities chegou a ser tão afetada quanto o açúcar, cujos preços na Bolsa de Nova York atingiram o mais baixo nível desde 20 de março (16,44 centavos de dólar por libra-peso), com queda de 2,6% no contrato de outubro. Em Londres, a tonelada de açúcar para o mês de outubro caiu para US$ 452,90 dólares por tonelada, com queda de 3,2%, o mais baixo valor desde o dia 5.

Mas o movimento nos preços é pontual e não deve se manter diante dos fundamentos do mercado, segundo acredita o consultor Gil Barabach, da Safras & Mercado. Essa também é a opinião de Júlio Maria Borges, da Job Consultoria, que vê poucas razões para altas ou baixas significativas de preços a médio prazo. A situação de oferta e de procura por açúcar no mundo está equilibrada. A alta do dólar, segundo Borges, é um estímulo às vendas externas, uma vez que os usineiros querem aproveitar o momento para elevar seus ganhos em reais. “É evidente que o primeiro movimento dos agentes do mercado internacional é de tentar compensar esses ganhos, o que leva à brusca queda nos preços, na mesma proporção dos ganhos proporcionados pela apreciação do dólar”.

Há outros fatores que podem modificar as expectativas do mercado, acredita Barabach. Demais países produtores, como a Índia e a Tailândia, não estão com suas safras definidas. Qualquer frustração deverá comprometer esse tênue equilíbrio, levando a altas expressivas. O consultor da Safras lembra que em meados de janeiro a cotação do açúcar chegou próxima dos 20 centavos, pressionado pela alta da procura por álcool e pela entressafra da cana.

Estimativa da Organização Internacional do Açúcar (OIA), com sede em Londres, indica que a produção mundial será inferior à demanda em 966 mil toneladas no ano. De acordo com a instituição, o período de três anos de desequilíbrio entre a oferta e a demanda poderá se encerrar na safra que começa em outubro

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