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Alta do álcool incentiva usinas a antecipar moagem de cana

As perspectivas de bons preços para a entressafra vão estimular as usinas a anteciparem ainda mais o início da moagem em 2008. Segundo analistas de mercado, as cotações atuais do álcool já estão próximas dos patamares da entressafra passada, indicando que em março do ano que vem poderão estar maiores. Por isso, a expectativa é que as primeiras moagens ocorram, pelo menos, cinco dias mais cedo.

No Paraná, que começa a safra em março, cerca de um mês e meio antes do marco inicial da safra no Centro Sul (1º de maio) também pode haver alguma antecipação. No entanto, a antecipação depende da conclusão da safra até meados de dezembro. Algumas unidades prevêem terminar a moagem apenas em janeiro, mas ainda assim, não devem atrasar o início da safra. “As unidades devem acelerar a manutenção para cumprir o cronograma de iniciar em março”, diz Adriano da Silva Dias, superintendente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar).

Das 29 usinas do estado, apenas três conseguiram concluir a moagem até novembro. Outras devem finalizar em dezembro, com exceção de duas que entrarão janeiro moendo. Das 42 milhões de toneladas disponível para moagem no Paraná, cerca de 40 milhões devem ser processadas nesta safra. O restante é moído na seguinte.

O presidente da União das Destilaria do Oeste Paulista (Udop), José Carlos Toledo, explica que a antecipação vai ocorrer no Centro Sul por dois motivos. O primeiro é o excesso de cana em pé na região. E o segundo, a perspectiva de preços mais atrativos, depois de o produto ser vendido por mais de quatro meses a valores bem próximos ou abaixo dos custos de produção.

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) identificou desde meados de outubro uma alta de 30% nos preços do álcool hidratado. Na última semana de novembro, ficou em R$ 0,78 o litro (com impostos). No entanto, segundo analistas, as cotações ficaram entre R$ 0,90 e R$ 0,92 o litro do hidratado em São Paulo (com impostos), próximo do atingido na entressafra passada, em 30 de março: R$ 0,96 o litro. Para Tarcilo Rodrigues, diretor da Bioagência, do ponto de vista de preços, a antecipação da safra é favorável.

“A remuneração estará boa em abril e persistirá até a segunda quinzena de maio, quando já se tem maior volume ofertado de produto”, diz. Ele pondera que é difícil projetar o maior preço da entressafra, mas avalia que a R$ 1 na usina mantém o combustível competitivo em relação à gasolina em São Paulo e em alguns estados.

Em todo Centro-Sul devem ficar de pé entre 4 milhões e 5 milhões de toneladas de cana, situação que também estimula a antecipação da moagem dentro do possível para não causar atrasos ao final da safra , segundo Toledo. O volume excedente é considerado grande, visto que a média dos últimos anos é de 500 mil toneladas de cana em pé. Toledo explica que a situação foi provocada por atrasos na entrega de equipamentos, que causou atraso de quase um mês no início da safra.

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