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Alta do açúcar em NY surpreende mercado

A alta de 5,8% do açúcar ontem na Bolsa de Nova York para os contratos com fechamento em março surpreendeu analistas e usineiros. Depois de uma queda de mais de 40% nos preços do produto desde fevereiro, motivada pela constatação de que Brasil, Índia e Tailândia terão uma safra maior do que no período anterior levou à queda das cotações. Ninguém esperava mais uma recuperação nos preços e a alta num único pregão também não deve ser interpretada como uma tendência, adverte o consultor Gil Barabach, da Safras e Mercado.

O usineiro Maurilio Biagi, presidente da Usina Moema, acredita porém que a recuperação dos preços ocorrida ontem obedece a uma lógica. “Os analistas já tem a percepção de que a produção de cana já sofre os efeitos do clima seco”. Segundo afirmou Biagi, o corte da cana se acelerou por causa da estiagem prolongada, mas isso não deve ser interpretado como reflexo de uma produção maior. Segundo o usineiro, muitas usinas deverão parar o corte da cana já no próximo mês. “Em muitas regiões, a safra foi antecipada e o corte da cana já está próximo do fim.

Volta das queimadas

Um acordo entre usineiros e a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, permitiu a retomada as queimadas das lavouras de cana, mesmo com clima seco. Isso ocorre porque técnicos do Instituto Agronômico de Campinas demonstraram que a queima da cana durante a noite não causa os mesmos danos ao meio ambiente, como ocorre durante o dia. A dificuldade, por conta do clima, deverá ser notada mesmo na próxima safra, acredita Biagi. “Tudo depende do comportamento do clima durante a Primavera”.

Álcool de sobra

A retração do mercado do açúcar foi acelerada pela queda dos preços do petróleo que, por sua vez, se refletiram na cotação do álcool. A alta exacerbada do preço do etanol no início do ano, quando o combustível deixou de ser vantajoso em relação à gasolina, se reflete agora no mercado do setor. Segundo Biagi, as usinas estão vendendo cerca de 400 milhões de litros por mês de álcool total a menos no mercado interno. No exterior, a aposta é de que pode sobrar álcool e por isso, a safra remanescente poderá ser mais açucareira do que o esperado.

O consultor da Safra e Mercado, no entanto, acredita que a alta das cotações ontem em Nova York se deve à movimentação dos fundos, que buscam refazer suas posições. Para os administradores desses fundos, o mercado chegou ao piso e não deverá cair mais. Há ainda a demonstração por parte da China de que voltará a comprar açúcar.

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