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ALL prevê expansão de 10% nos próximos cinco anos

A América Latina Logística (ALL), uma das maiores empresas de transporte ferroviário do Brasil, começou 2011 com um objetivo: ter uma expansão de pelo menos 10%, em média, nos próximos cinco anos. Detalhe: a companhia fechou 2010 com um lucro líquido de R$ 239,9 milhões, 591% superior ao obtido em 2009. Durante a divulgação dos resultados, o presidente da ALL, Paulo Basílio, afirmou: “Os nossos projetos de médio e longo prazos estão avançando, criando uma base sólida para o salto que a ALL pretende buscar nos próximos anos.”

Para transformar essa expectativa em realidade, a ALL vai investir R$ 650 milhões neste ano apenas para garantir o crescimento orgânico da companhia. Outros R$ 300 milhões serão usados na continuidade da construção da ferrovia entre Alto Araguaia e Rondonópolis (MT). No segundo trimestre, será inaugurado o trecho de Itiquira até Rondonóp olis – neste município será construído um terminal ferroviário com capacidade de movimentar até 25 milhões de toneladas ao ano. O projeto Rondonópolis ampliará a malha ferroviária em 260 quilômetros e exigirá investimento de R$ 700 milhões.

“Além de crescer organicamente nas áreas nas quais atua, aumentando sua participação e conquistando novos clientes, a ALL estuda oportunidades em diferentes mercados ou serviços relacionados ao setor de ferrovia”, explica o gerente de relações com os investidores Gustavo Reichmann. É o caso dos investimentos realizados para aumentar o transporte de álcool e derivados de petróleo. Em parceria com a Idaza Distribuidora de Petróleo, a companhia colocou em operação um terminal em Lages (SC) no início deste ano. Inicialmente serão movimentados 20 mil metros cúbicos de combustíveis por mês. Com isso, a ALL passou a responder pela movimentação de 40% de todo o etanol de Santa Catarina. Também foi anunciada a construção de outro terminal em Campo Grande (MS) em parceria com a ETH Bioenergia, do Grupo Odebrecht. A intenção é levar o álcool produzido na região para Paulínia (SP). A capacidade atingirá 30 mil metros cúbicos por mês.

Para este ano, a empresa está avaliando dois novos projetos. Um deles, em negociação com a Vale, é o transporte de minério de ferro em Corumbá (MS). As minas da região têm capacidade para produzir de 15 a 25 milhões de toneladas por ano, mas trabalham em marcha lenta por falta de estrutura logística. Atualmente, o minério é transportado por barcaças que transitam nos rios Paraguai e Paraná. A Vale produz apenas 3 milhões de toneladas por ano, mas planeja aumentar a produção.

O outro é o transporte de contêineres para Santos. A ALL quer movimentar parte dos 30 milhões de toneladas que transitam pelo porto, 97% por caminhões. Para tornar competitivo o transporte por trem, a carga precisa ser levada em vagões double stack, com dois andares de contêineres. Isso exigiria o aprofundamento do s túneis de uma das linhas da ALL na Serra do Mar. Para contornar o problema, a saída em estudos é levar os vagões double stack até o início desses túneis e terminar a viagem em vagões normais.

Aliás, para pavimentar o caminho de uma maior atuação no mercado nacional de contêineres, a empresa anunciou, em dezembro, a criação da Brado Logística. A intenção é conquistar 12% do segmento no primeiro ano de operação e chegar a 50% – hoje, a participação da ALL é de apenas 2%. O negócio nasceu de uma parceria entre a ALL, que tem 80% do capital da nova companhia, e a Standard, especializada no transporte de refrigerados. A Brado pretende investir R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos.

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