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Aliança Cosan-Shell pode estimular aquisições, diz BR Distribuidora

A parceria entre o grupo sucroalcooleiro Cosan e a petroleira Shell pode estimular movimentos de aquisições no mercado brasileiro de distribuição, afirmou nesta segunda-feira o presidente da BR Distribuidora, José de Lima Neto. Segundo ele, há espaço para novas consolidações no mercado brasileiro.

Dados da própria BR Distribuidora, braço de distribuição de combustíveis da Petrobras, mostram que a estatal tem 38,4% do mercado de distribuição, sendo que a venda de combustíveis em postos de gasolina representa 30% do mercado. O restante da participação de refere à venda de combustíveis para grandes consumidores, como indústria e térmicas.

O grupo Ultra detém 18,8% do mercado, enquanto que a Shell possui 13,2%. Já a Cosan fica com 5,3% –o que, somada à parcela da Shell na joint venture, a coloca em segundo lugar, ao lado do grupo Ultra.

“Antes eram as grandes majors do setor de petróleo mundial que atuavam no nosso mercado. Agora, houve uma grande mudança. A joint venture acirra a disputa entre o segundo e o terceiro lugar. Quando isso acontece, há sempre uma briga para ver quem se posiciona”, disse Lima Neto em palestra no IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo). “Isso é que nem na Fórmula 1. Não se pode deixar surgir o adversário no retrovisor, aí você tem que começar a acelerar. A dúvida é saber com que pedaço de outras empresas.”

Durante a apresentação, Lima Neto frisou que a BR Distribuidora trabalha diariamente para a redução dos seus custos, visto que a margem de lucro do setor de distribuição é considerada muito pequena. O foco, segundo ele, é reduzir as despesas com a logística de transporte dos derivados.

Lima Neto destacou que os custos de distribuição de derivados de petróleo são menores, uma vez que as refinarias da Petrobras estão localizadas próximas aos centros consumidores. Por outro lado, as usinas de álcool estão situadas mais para o interior do país, o que encarece a logística do produto.

Lima Neto não descartou a possibilidade de a BR Distribuidora fazer futuras aquisições para ampliar sua liderança sobre as demais concorrentes do mercado.

“Claro que todo movimento no mercado, todo mundo fica atento. Seria uma irresponsabilidade do gestor não olhar o que está acontecendo. Sabemos que o mercado está se consolidando, que os grandes players estão se movimentando. Temos que ficar atentos e olhando para saber quais são as vantagens competitivas dessa nova joint venture”, afirmou o presidente da BR Distribuidora. “A BR tem posicionamento importante, a BR olha. Obviamente, se vierem oportunidades, a gente vai olhar.”

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