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Algodão na cadeia do biocombustível

O Governo do Estado está estudando uma forma de incentivar o plantio de algodão para uso na cadeia produtiva de biocombustível. Conforme o titular da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Camilo Santana, a meta do Ceará é ter uma cesta de oleaginosas zoneadas — mamona, girassol, amendoim, gergelim e algodão — para servir de matéria-prima à produção do combustível ecológico. “Nossa preocupação é incentivar o plantio mas com controle de pragas, para não acontecer o que houve nos tempos áureos do algodão no Estado, quando o bicudo dizimou a produção”, comenta.

De acordo com o secretário, até o fim do ano, a formatação do programa de incentivos deve estar pronta. O Estado já tem algumas experiências com algodão agroecológico e deve incentivar o plantio do algodão comum em 2010. Além disso, o governo cearense está licitando a compra de máquinas esmagadoras, a fim de agregar valor à cadeia produtiva.

O Estado vai entrar com a esmagadora para que o agricultor não seja apenas vendedor de grão. Ele pode comercializar o óleo e ficar com a baga para forragem animal, ou vendê-la, já que ela tem valor mais elevado que a semente, explica um técnico da Ematerce. O programa de biodiesel no Estado envolve 14.827 famílias, numa área de plantio de 22.453 ha em 104 municípios.

Regionalização

Para o pesquisador Expedito Parente, considerado o pai do biodiesel de mamona, o esforço dos parceiros locais para o êxito do programa de biodiesel está sendo pequeno em relação à necessidade de aperfeiçoamento do setor. “O programa foi feito como se o Brasil fosse um país homogêneo. Não dá para fazer uma competição entre a cadeia produtiva da soja e a da mamona. Isso é extremamente desigual”, comenta.

Parente também defende “uma regionalização do biodiesel”. No Ceará, por exemplo, ele destaca a baixa produtividade da mamona. “A semente tem de ser comprada por valor maior que R$ 1,50 o qui! lo para ser viável ao produtor. O governo do Ceará está fazendo, junto com os parceiros, brilhantemente a sua parte”. Hoje, a garantia de preço mínimo é de R$ 1,00 o quilo.

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