Em seu primeiro passo de adequação às novas regras de governança da holding Odebrecht, o braço sucroalcooleiro do grupo, Odebrecht Agroindustrial, contratou Alexandre Figliolino como o primeiro conselheiro independente da companhia. Com a contratação, a empresa passará a ter nove membros em seu conselho de administração.
Atual sócio da consultoria MB Agro, Filgiolino já atuou no Itaú BBA por 23 anos como diretor de agronegócios, acompanhando de perto o setor sucroalcooleiro. Ele deve ser oficializado no conselho na próxima reunião do conselho.
O novo conselheiro chega à Odebrecht Agroindustrial em um momento de rumores acerca de uma busca por sócios para tocar as operações das nove usinas da companhia. Ao Valor, Figliolino disse que ainda desconhece intenções a esse respeito, mas avaliou que “tudo o que vier somar e ajudar a abreviar essa longa trajetória de ‘turnaraound’ da empresa é bem vista”. “Se surgir a oportunidade de algum tipo de transação que crie um atalho para que a empresa passe a performar maravilhosamente bem, tem que ser olhado e analisado”, defendeu.
Ele comentou que a decisão inicial do grupo de investir em usinas no setor em “áreas de fronteira”, sem infraestrutura já pronta para a atividade, gerou um desafio para a companhia, que no ano passado reestruturou uma dívida de R$ 11 bilhões. Figliolino avaliou que a Odebrecht ainda pode contribuir com sua experiência no setor de construção em seu negócio sucroalcooleiro, mas ressaltou a importância de investimentos na parte agrícola para garantir a produção industrial.
A holding Odebrecht adotou no fim do ano passado a meta de ter 20% ou no mínimo dois conselheiros independentes em cada uma de suas empresas como parte de uma nova estratégia de governança para demonstrar mais transparência. O processo deve ser concluído após a homologação do acordo de leniência do grupo firmado com o Ministério Público Federal (MPF). A homologação está prevista para ser feita neste mês pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal.