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Álcool sustenta alta nas vendas para americanos

As exportações de produtos manufaturados para os Estados Unidos estão encolhendo em valores. Levantamento feito pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) com dados relativos ao ano passado mostra uma reversão nas vendas de produtos industrializados para o país. O comércio com a maior economia do mundo continua crescendo (8,7%) apenas porque as vendas de álcool aumentaram dez vezes no ano passado, enquanto as de petróleo praticamente triplicaram, também na comparação com 2005.

Isolando esses dois produtos, o resto da pauta, composta basicamente de manufaturas, apresenta queda (-0,63%), principalmente por causa da valorização do real. A taxa de câmbio afeta diretamente a competitividade dos produtos industrializados brasileiros, que, sem condições de competir em preço, acabam sendo substituídos por fornecedores de outros países. Além disso, diz o vice-presidente executivo da AEB, José Augusto de Castro, faltam ações de promoção comercial do governo com os EUA. Com esse antiamericanismo, infelizmente, o mercado dos Estados Unidos não se encontra entre as prioridades do governo, diz. A entidade informa que as importações americanas somam US$ 2,3 trilhões ao ano e as exportações brasileiras para lá representam perto de 1% (US$ 24,4 bilhões) de tudo o que os americanos compram no mundo. Com o forte avanço de commodities e matérias-primas, começa a haver mudanças na composição das vendas. Houve uma mudança na pauta para os Estados Unidos, que tem agora maior destaque para commodities e matériasprimas. Houve um downgrade (rebaixamento de valor agregado) no perfil das nossas exportações, diz Castro. Para efeito de comparação, as exportações de álcool etílico (etanol) saltaram de US$ 77 milhões em 2005 para US$ 882 milhões no ano passado. As vendas de petróleo passaram de US$ 667 milhões para US$ 1,958 bilhão.

Ao contrário desses produtos, manufaturas que tradicionalmente lideravam a pauta de comércio com os EUA registram quedas. As exportações de calçados, por exemplo, encolheram 10%. O País, que em 2000 exportou cerca de US$ 1 bilhão em calçados para o mercado americano, vendeu US$ 800 milhões no ano passado.

O ranking dos produtos mais exportados para os EUA se alterou. No ano passado, o primeiro produto da lista foi o petróleo; o etanol, o quinto. No início da década, os cinco primeiros lugares ficavam com aviões, calçados, celular, produtos de ferro e celulose.

A gerente de relações internacionais da Câmara Americana de Comércio (Amcham), Alexandra Betting Chaves, diz que as exportações de manufaturados de baixa tecnologia vêm sendo prejudicadas pela valorização do real. Ela informou que a entidade defende a redução de alíquotas nas vendas para o EUA.

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