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Álcool subiu 7,5% em usinas de SP

O preço do álcool combustível subiu mais de 7% nas usinas de São Paulo, Estado responsável por 75% da produção nacional, segundo levantamento feito entre os dias 20 e 24 de fevereiro pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Universidade de São Paulo (Cepea/USP).

Descontados os impostos, o litro do álcool hidratado subiu 7,5%, passando de R$ 1,07 na semana anterior (13 a 17/2) para R$ 1,15 na semana passada. Já o litro do álcool anidro pulou de R$ 1,07 para R$ 1,14 no mesmo período.

O aumento se deu ao mesmo tempo em que o Governo anunciou a redução da mistura do porcentual de álcool anidro na gasolina para conter o consumo e consequente alta do preço do álcool nas bombas. Mas a mistura ainda não pôde ser sentida, de acordo com a pesquisadora Eloísa Burnquist, do Cepea. “Os reflexos serão sentidos talvez a partir da próxima semana, pois a medida começa a valer a partir de 1º de março”, disse.

A pesquisadora disse que a alta se deve, entre outros fatores, a uma demanda reprimida causada pelo acordo de preços entre usineiros e Governo. “Houve pressão de mercado durante os 40 dias do acordo e agora essa pressão acabou”, explicou. Segundo ela, outra causa do aumento do preço do álcool nas destilarias foi uma corrida das distribuidoras às compras para fazer estoques para março, além da pressão de preços formada pelas viagens do carnaval.

No entanto, segundo Burnquist, embora seja uma das mais elevadas da série semanal do Cepea na entressafra deste ano, essa alta pode ter sua trajetória encerrada em breve. Isso porque a expectativa é de que o preço deve recuar gradativamente nas próximas semanas, especialmente por conta do início da safra 2006/2007, que será aberta amanhã no Estado do Paraná e deverá disponibilizar 850 milhões de litros de álcool até abril, de acordo com a União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Única).

Na opinião da pesquisadora, as informações sobre redução do volume de álcool entregue pelas distribuidoras ao varejo foram pontuais, por isso não há risco de desabastecimento. Para ela, a redução do índice de mistura serve muito mais para garantir o abastecimento durante a entressafra do que evitar uma elevação de preços nas bombas. “Para que isso ocorra, o dono de carro flex tem de abastecer com gasolina. Ele tem de pensar que comprou um carro bicombustível e não um carro a álcool”, afirmou.

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