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Álcool recebe menos recursos do BNDES no 1º semestre

Os desembolsos do BNDES para investimentos em usinas de álcool e açúcar caíram 26% no primeiro semestre em comparação ao mesmo período do ano passado.

A queda ocorre em um momento no qual a oferta de cana-de-açúcar não consegue atender à crescente demanda por etanol e poucos projetos estão dando entrada em pedidos de financiamento.

Nesta safra, apenas três novas usinas entrarão em operação. Para a próxima, o número deve ser ainda menor, segundo especialistas que acompanham o setor. Há três anos, pelo menos 15 novas usinas entravam em operação anualmente.

NECESSIDADE MAIOR

Projeções da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) estimam a necessidade de R$ 80 bilhões em investimentos no setor sucroalcooleiro nos próximos dez anos.

Mas os desembolsos totais do BNDES, praticamente o único financiador no país para a indústria de beneficiamento de cana-de-açúcar, baixaram de R$ 2,7 bilhões no primeiro semestre de 2010 para R$ 2 bilhões de janeiro a junho deste ano.

Segundo o banco, a queda no volume de pedidos de empréstimos se deve ao fato do BNDES ter aumentado suas taxas de juros para máquinas e equipamentos do setor.

A linha PSI (Programa de Sustentação do Investimento) teve sua taxa anual de juros reajustada de 5,5% para 8,7% para bens de capital, o que pesou para a queda da demanda no setor de cana.

De acordo com analistas, a atual falta de oferta de etanol no mercado doméstico, que tem preocupado o governo federal, é consequência da falta de investimentos no setor nos últimos anos, além dos problemas enfrentados nessa safra.

Mesmo em pleno período de auge da produção de cana, o produto subiu mais de 40% somente nos últimos dois meses, deixando o país em um quadro de preços altos e carência de oferta.

Executivos do setor dizem que seriam necessárias pelo menos 15 novas usinas para produzir somente álcool, aumentando a oferta do combustível no mercado.

A projeção de produção de cana da região centro-sul do país na safra 2011/12 caiu de 560 milhões para 530 milhões de toneladas.

FORMAÇÃO DE ESTOQUE

Para a ANP (Agência Nacional do Petróleo), a “questão fundamental” para combater a instabilidade de preços do etanol é a “formação de estoque na passagem da entressafra para safra”.

Desse modo, segundo a agência reguladora, é possível reduzir a instabilidade nos preços.

A ideia é que as usinas tenham guardado um volume de álcool equivalente a 8% da safra –o que corresponde a um mês de consumo.

As distribuidoras terão de manter um estoque de 15 dias –o que resultará numa reserva de 45 dias na passagem da entressafra para a safra.

A proposta da ANP está sob consulta pública. Após as sugestões do setor, a nova regulamentação entrará em vigor Ðprovavelmente no início do próximo mês.

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