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Álcool na gasolina pode combater reflexos da guerra

Retomar o mais rápido possível os 24% de adição do álcool na gasolina. Essa é uma das alternativas do governo para enfrentar a crise no Golfo Pérsico envolvendo o Iraque e os Estados Unidos e que, em decorrência, eleve o preço do barril do petróleo no mercado internacional. A possibilidade é admitida até mesmo pela União da Indústria Canavieira de São Paulo — Unica.

A linguagem entre consultores e empresários do setor é a mesma: um conflito no Golfo traz seqüelas para a economia brasileira. O setor sucroalcooleiro não é exceção, mas pelo fato de oferecer combustível alternativo ao petróleo, poderá ter alguns benefícios.

Um deles é o de maior produção de álcool, que resulta automaticamente em maior faturamento. Segundo a assessoria da Unica, hoje a mistura de álcool na gasolina está em 20%, percentual previsto para os próximos dois ou três meses, até que com o início da safra e a recomposição dos estoques ela possa retornar próximo a 24%.

A assessoria da entidade que representa o setor confirma que o compromisso assumido com o governo em fevereiro é produzir 1,5 bilhão a mais diante dos pouco mais de 11 bilhões de litros do ano passado para assegurar o abastecimento interno e até mesmo a manutenção de 24% de adição na gasolina.

Técnicos do Ministério da Agricultura avaliam que o percentual dessa mistura poder ser ainda maior, dependendo das necessidades para enfrentar uma possível explosão não só no Golfo Pérsico, como também no preço do barril de petróleo. Especialistas em mercado internacional estimam que esse preço depende diretamente do tempo que durar o conflito.

Os empresários do setor evitam falar sobre o assunto, e confirmam que por enquanto planejaram a safra segundo o que ficou acordado com o governo em fevereiro, aumentando entre 10% e 15% a opção pelo o álcool no mix da produção em relação ao açúcar.

Um sensível aumento do preço da gasolina é naturalmente esperado com o conflito no Golfo Pérsico, e resta saber até que ponto o preço do álcool vai acompanhar essa mesma tendência. É a opinião da pesquisadora Marta Maistro, do Centro de Estudos Aplicados em Economia —Cepea da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz— Esalq, de Piracicaba, no interior paulista. “Por enquanto trabalhamos com o acordo firmado entre o governo e os empresários do setor em fevereiro, com a usinas produzindo mais álcool já agora no começo da safra e até um preço menor para o consumidor, mas tudo depende dos reflexos de um conflito no Golfo”, adverte a pesquisadora.

Confira a matéria completa na edição de março do JornalCana.

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