Mercado

Álcool na gasolina cubana

Está decidido: Cuba vai começar a misturar álcool na gasolina e o Brasil vai participar da construção da primeira destilaria naquele país para fornecer álcool para os cubanos. O financiamento do projeto será feito pelo BNDES que bancará a exportação de equipamentos para a destilaria anexa a uma usina localizada, a princípio, no Engenho Brasil. Essa destilaria produzirá, quando instalada, 100 mil litros de álcool/dia. O investimento total pode chegar a US$ 20 milhões e a maior parte dos recursos será aplicada no plantio exclusivo de cana para o álcool, uma vez que Cuba não pode desviar a cana da produção de açúcar. Para tanto, Brasil e Cuba assinaram um aditivo ao protocolo comercial atual. A informação é do usineiro Maurílio Biagi que esteve em Cuba e acompanhou de perto o assunto. “Cuba não usa álcool hoje na sua gasolina e o preço que paga pelo petróleo é alto. Adicionar álcool na gasolina barateará o combustível e eles estão dispostos a isto”, diz Biagi.

O protoloco foi assinado por Biagi na condição de conselheiro da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo e pelos integrantes da missão brasileira na presença do presidente Lula e Fidel Castro, em Havana.

A negociação foi conduzida pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Márcio Fortes de Almeida, que, antes da visita do presidente Lula a Cuba, no fim de semana, liderou missão com intuito de manter contatos no país de Fidel Castro. A missão trabalhou dois dias discutindo, com seus pares locais, o memorando de entendimento do setor sucroalcooleiro e automotivo assinado entre Brasil e Cuba, recentemente.

Fortes de Almeida levou consigo representantes do BNDES, do MDIC, da Agricultura. Além do grupo de trabalho montado, Almeida articulou o adendo que agora vai permitir a instalação da destilaria brasileira por lá em um curto espaço de tempo.

A operação triangular no setor de álcool entre Brasil e Cuba, noticiada por esta coluna, também está andando. Autoridades brasileiras e cubanas conversaram sobre a idéia de incentivar empresários brasileiros a investir em Cuba para produzir álcool e exportá-lo para o Brasil que ficaria com mais espaço para produzir e exportar açúcar daqui para outros países. “Sua concretização, no entanto, será menos rápida”, avisa Biagi.

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