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Álcool é o combustível do futuro

A cana-de-açúcar será um dos bens renováveis que mais receberá atenção do governo federal como fonte alternativa de geração de energia, afirmou ontem em Araçatuba, durante a Feicana, a secretária do Petróleo, Gás e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Maria das Graças Silva Fortes.

“O álcool é o combustível do futuro e o governo realiza todos os esforços para fazer voltar a crescer a credibilidade desse combustível”, afirmou ela. A secretária disse ainda que o álcool, como alternativa de combustível, tem maior prioridade que o gás natural, cujos investimentos são mais complexos. “É bem mais fácil e imediato fazer crescer o álcool como matriz energética brasileira”, comparou.

Segundo ela, há expectativa para que o país retome o consumo de álcool no nível que mantinha há dez anos. O aumento da produção de álcool pedido pelo governo ao setor sucroalcooleiro já representa sinais de crescimento desse tipo de combustível no país, disse Maria das Graças.

Dentro desse acordo, os usineiros devem produzir nessa safra, que começa em abril, 1,5 bilhão de litros a mais de álcool, dos quais 600 milhões já no início de abril. A secretária Maria das Graças disse, porém, que o governo não poderá garantir o preço do produto em caso de excesso de produção, embora essa hipótese seja muito remota.

“Não podemos falar em garantias, mas existe uma cooperação mútua e um compromisso harmonioso entre o governo, os produtores e as indústrias automobilísticas para a retomada do crescimento de veículos movidos a álcool”, disse. Segundo ela, a expectativa é que nos próximos anos, a produção nacional de carros a álcool atinja 200 mil unidades por ano.

A secretária afirmou ainda que o resgate da credibilidade do álcool, assim como a garantia do abastecimento dependem exclusivamente da “cooperação” de todos os setores envolvidos, incluindo o governo, os produtores e as indústrias. “Todos os dias é preciso essa conversa franca desses setores”, afirmou.

Em palestra a empresários do setor sucroalcooleiro, a secretária apresentou números que indicam o crescimento da participação dos derivados da cana-de-açúcar na matriz energética nacional.

Segundo ela, o Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia), do governo federal e com financiamento do Banco Mundial, define para até dezembro de 2006 uma produção de 3,3 mil megawatts (MW) de energia elétrica de fontes alternativas, quando o país apresenta hoje capacidade instalada para produção de 89 mil MW de energia elétrica.

Do total de 3,3 mil MW, a biomassa, que inclui além da cana, resíduos de lixo, madeira, casca de arroz, entre outras fontes, serão responsáveis pela geração de 1,1 MW de energia. Outros 1,1 mil MW serão oriundos da energia eólica e mais 1,1 mil MW de pequenas centrais hidrelétricas.

Ainda dentro do Proifa, na segunda fase, até o ano de 2010, os recursos renováveis irão responder por 15% do aumento da oferta anual da energia no país. Com isso, até 2010, as fontes alternativas responderiam por 10% da matriz energética, quando a participação hoje é de apenas 1,3%.

A secretária Maria das Graças representou na Feicana a ministra Dilma Rouseff, que viria ao encontro, mas foi convocada para reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília.

(Folha da Região)

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