Mercado

Álcool do Nordeste abastece Centro-Sul

A região Centro-Sul do país está recebendo reforço do Nordeste no abastecimento de álcool. O grupo José Pessoa, responsável por 4% da produção nacional de álcool, está transportando para o Rio de Janeiro parte do álcool fabricado pela usina Seragro, em Japoatã (SE), de sua propriedade.

Até agora, a holding, que soma oito destilarias no país, mandou para aquele estado 12 milhões de litros de álcool, dos quais 10 milhões de litros em janeiro e 2 milhões de litros neste mês. Em março, o volume a ser transportado dependerá da demanda, afirma o presidente do grupo, José Pessoa de Queiroz Bisneto.

É a primeira vez, que a destilaria Seragro manda álcool para o Centro-Sul do país, afirma. José Pessoa afirmou ainda que desconhece outra usina no país que esteja fazendo o mesmo, embora algumas destilarias de Alagoas já demonstrem o mesmo interesse. “É uma forma de aliviar a produção de álcool no estado de São Paulo, que é o supridor da maioria dos estados não produtores, como o Rio de Janeiro”, explica.

No ano passado, o estado do Rio de Janeiro moeu apenas 4,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, quando somente a unidade da Benalcool, em Bento de Abreu, que pertence ao grupo José Pessoa, moeu 1,2 milhão de toneladas de cana. Na região de Araçatuba, o grupo tem ainda 46% das ações da Alcoazul, instalada em Araçatuba.

O empresário José Pessoa, de origem nordestina e amigo pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, definiu sua decisão como “uma cota de sacrifício pelo país”. “Todo mundo tem a obrigação de contribuir”, disse.

Para transportar, por rodovia, o álcool produzido no Sergipe até o estado do Rio de Janeiro, que soma percurso de mais de dois mil quilômetros, ele gasta com frete o equivalente a R$ 0,14 por litro. A cotação do litro do álcool hidratado para as distribuidoras nesta semana é de R$ 0,86 e do anidro é de R$ 1, segundo a Esalq (Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz), de Piracicaba.

“Lucro praticamente não temos, mas é uma questão de abastecimento. Fica mais caro se faltar álcool no mercado”, afirma o empresário. Ele explica ainda que decidiu levar álcool de Sergipe para o Rio de Janeiro porque o Nordeste está em plena safra, iniciada em setembro, e que será finalizada em abril. (Folha da Região – Araçatuba/SP)

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