Álcool deve baixar a partir de terça
O preço do litro do álcool hidratado deverá cair cerca de R$ 0,10 já a partir da próxima terça-feira. A expectativa dos donos de postos de combustível é que o litro seja vendido em torno de R$ 1,51. Ontem, o preço médio era de R$ 1,59. Essa queda no valor é graças à redução de 26% para 20% da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), conforme O POPULAR havia antecipado em sua edição da última terça-feira.
O decreto autorizando a diminuição do tributo foi assinado ontem pelo governador Alcides Rodrigues, durante reunião-almoço realizada no Sindicato das Indústrias de Fabricação de Álcool (Sifaeg). Contudo, a decisão do governo de reduzir o imposto foi condicionada a que não ocorra queda de arrecadação no setor. Se isso acontecer, o governo ameaça suspender o decreto, uma vez que ele não tem sequer data de vencimento, como ocorreu das outras vezes, quando o prazo era de 12 meses, com brechas para renovações.
O governador Alcides Rodrigues disse que, ao reduzir o ICMS sobre o álcool, estava dando um voto de confiança nos empresários da cadeia do setor sucroalcooleiro. “Com essa medida, esperamos que os trabalhadores sejam beneficiados com a manutenção de seus empregos e que os consumidores saiam ganhando, tendo de pagar menos pelo litro do combustível”, declarou.
O próprio secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, está confiante de que, mesmo com a redução de alíquota do ICMS sobre o álcool, não haverá queda de arrecadação. “Não estamos concedendo benefícios ao setor sucroalcooleiro, mas sim criando condições de competitividade para as empresas”, afirmou.
Compromisso
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados do Petróleo (Sindiposto), Luiz Pucci, fez um compromisso de público, durante a solenidade de ontem: “O preço do álcool vai cair nas bombas, na mesma proporção da redução da alíquota do imposto, ou seja, em 6%, a partir do momento em que o decreto do governador for publicado no Diário Oficial do Estado.”
Ele informa que, atualmente, em Goiás, a gasolina representa 60% das vendas nos postos e o álcool os outros 40%. Mas com a diminuição do preço do álcool a expectativa é que a situação se reverta. “O preço mais baixo estimula o consumo. Assim, vamos ter mais vendas de álcool e a arrecadação de impostos poderá até crescer”, afirma Pucci.
Safra
O presidente do Sifaeg, Andre Luiz Lins Rocha, também está otimista com a redução da alíquota do ICMS sobre o álcool hidratado. “A partir de agora, as indústrias goianas de álcool terão preços mais competitivos e poderão, automaticamente, abocanhar mais mercados.”
A expectativa de André Rocha é que o governo do Distrito Federal também reduza o imposto para beneficiar os consumidores e as indústrias goianas, que abastecem mais de 50% daquele mercado.
Ele lembra que Goiás era o Estado com a maior alíquota de ICMS sobre o álcool hidratado. Agora, a situação se inverteu, e o imposto é o terceiro menor do País, atrás apenas de São Paulo (12%) e do Paraná (18%).
Na última vez que o governo de Goiás reduziu o ICMS sobre o álcool, entre 2004 e 2008, o consumo do produto cresceu 35% no Estado.
Atualmente, em Goiás, 29 usinas estão em operação. Nesta safra outras seis deverão iniciar suas atividades, e outras 14 até o fim de 2010. Sem antecipar os números, o presidente do Sifaeg garante que a atual safra de álcool e açúcar, iniciada no mês passado, vai crescer na comparação com a safra passada. Em 2008, as usinas processaram 29,5 milhões de toneladas de cana, resultando em 1,7 bilhão de litros de álcool e em 989 mil toneladas de açúcar.
A solenidade de ontem, no Sifaeg, contou com as presenças dos secretários da Fazenda, Jorcelino Braga; da Indústria e Comércio, Luiz Medeiros; de Assuntos Extraordinário, Roberto Balestra; de empresários do setor sucroalcooleiro, do presidente do Sindiposto, Luiz Pucci, além do governador Alcides Rodrigues e da diretoria do Sifaeg.
