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Álcool: consumo pode crescer 2,9 bi de litros com carros bicombustíveis

Uma venda de um milhão de veículos bicombustível, com motores que podem ser abastecidos com álcool e/ou gasolina, poderia gerar um consumo adicional de 2,9 bilhões de litros de álcool por ano no Brasil, equivalente a 5 milhões de toneladas de açúcar, afirmou nesta terça-feira Plínio Nastari, diretor da consultoria Datagro.

O cálculo considera um consumo mensal de 240 litros por veículo, que seria abastecido 100% com álcool. Para que isso ocorra, Nastari lembrou que o preço do combustível teria de estar em até 70% do valor da gasolina na bomba. “Acho possível um cenário destes dentro de 2 anos”, afirmou Nastari. “O flex-fuel (bicombustível) é um fato novo no mercado em relação ao que vemos desde 1985 (quando o consumo brasileiro começou a estagnar)”.

O consultor acredita também que o preço do álcool deve se manter abaixo deste nível, tendo em vista a falta de sinais da queda dos preços do petróleo e da gasolina no mercado mundial no médio prazo.

O custo de produção do álcool no centro-sul é de 63 centavos de dólar por galão, contra um dólar por galão da gasolina na NYMEX (New York Merchantile Exchange).

O aumento do consumo de álcool é visto pelo setor sucroalcooleiro como uma maneira de aumentar a produção sem pressionar ainda mais os preços do açúcar.

Vendas – As vendas de veículos bicombustível, iniciadas em maio deste ano, somaram 10 mil unidades até o momento, volume superior à previsão da indústria automotiva para o período, afirmou Henry Joseph, consultor da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores(Anfavea).

“O volume vendido superou a expectativa principalmente porque são poucos os modelos disponíveis até agora e nenhum deles é popular”, afirmou Joseph.

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