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Álcool cai na região, mas sobe em Ribeirão

A matemática parece simples: o preço do álcool combustível cai nas usinas e, pela lógica, deveria baixar, também, nas distribuidoras e nos postos de combustíveis. Mas, na prática, pelo menos em Ribeirão, o caminho é diferente. Levantamento feito pela Folha nas maiores cidades da região mostra que, nos postos da cidade, que praticam o preço mais alto da região, o etanol subiu.

Enquanto postos dos municípios da região baixam os preços, os de Ribeirão vendem o álcool a, em média, R$ 1,29.

O preço nas usinas caiu 29,8% desde 23 de janeiro. Hoje é vendido às distribuidoras a R$ 0,56 o litro (sem impostos e fretes), o valor mais baixo desde julh! o de 2004, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Mesmo com a queda histórica, os preços nos postos de Ribeirão subiram 30% na semana passada: de R$ 0,99 para R$ 1,29.

Em Franca, a média é de R$ 1,19, enquanto em Barretos o combustível é vendido entre R$ 1,19 e R$ 1,23. Em, Sertãozinho, o preço médio é de R$ 1. Até mesmo em cidades mais próximas, como Jardinópolis, Serrana e Cravinhos, o litro do etanol é encontrado, em média, R$ 0,10 mais barato.

A explicação para a alta, segundo o Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), é que as marcas (bandeiras) cortaram os descontos que vinham oferecendo e que proporcionavam o preço baixo -e incoerente, segundo o sindicato- até então praticado.

“Vai ver que elas [distribuidoras] cortaram os descontos só para os postos de Ribeirão. Os postos de cada cidade têm um preço”, disse Oswaldo Manaia, presidente regional do Sincopetro, quando ques! tionado sobre o motivo das diferenças de preço entre Ribeirão e outras cidades da região.

“Por que o álcool cai na usina e não cai nos postos? Pergunte à distribuidora. Ela coloca o preço que quiser para quem quiser. Vende num posto por um preço e na cidade ao lado por outro preço. Nós dependemos diretamente das distribuidoras”, disse Renê Abbad, diretor da Brascombustíveis.

Segundo o Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis), a explicação é outra. “É possível que uma distribuidora faça diferentes preços para cidades próximas. Cada cidade tem uma condição específica de mercado. Além disso, em determinado lugar pode haver a presença de álcool sonegado, o que faz com que o preço dos postos de bandeiras brancas caiam”, disse Alisio Vaz, vice-presidente do Sindicom.

Para o Cepea, dificilmente o consumidor sentirá efeito cascata. “A queda na usina não será direta nem na mesma proporção no posto. Há vários custos que aumentam o preço ao longo da ca! deia”, disse a pesquisadora Ivelise Bragato.

Segundo os últimos dados do Cepea, o álcool custa R$ 0,56, mas sai das usinas a R$ 0,69, já que são inseridos R$ 0,049 de PIS e Cofins e 12% de ICMS. Os distribuidores, inserem, por litro, R$ 0,03 de frete e até R$ 0,08 de lucro. O litro chega a R$ 0,80 no posto, que vez põe mais R$ 0,30 de lucro, o que faria o preço chegar a R$ 1,10.

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