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Álcool brasileiro rumo ao exterior

País tem plenas condições de se manter no topo da produção mundial. Assim como outras fontes de energia renovável, o álcool pode ser uma solução para a crescente demanda de combustíveis, principalmente a longo prazo. Afinal, a tendência é buscarmos cada vez mais fontes de energia ambientalmente corretas, que atendam às necessidades da população de todo o planeta, e o álcool vem se mostrando um excelente combustível, inovador e sustentável para o mercado mundial, apesar de já estar bem consolidado para o consumidor nacional. Além disso, o Brasil reúne todos os requisitos para se manter no topo da produção mundial e continuar líder em tecnologia para a fabricação do álcool.

Nosso país é o líder no desenvolvimento e uso desse combustível e nas promissoras exportações. A demanda pelo produto é crescente, e uma das nações mais interessadas no biocombustível são os Estados Unidos. Empresários de outros setores, como os fundadores do portal Google e o conhecido Bill Gates, além do presidente Bush, por exemplo, já demonstraram interesse pelo negócio.

O álcool também é interessante do ponto de vista econômico: a economia brasileira comemora os 2,5 bilhões de litros exportados por ano, que geram uma receita de cerca de R$ 2 bilhões, enquanto a projeção para a gasolina não é tão otimista – a redução da extração de petróleo, a possível incidência dos “impostos verdes” e os aumentos do valor do barril devem tornar o combustível ainda mais caro, favorecendo o mercado do álcool.

O recente registro de aumento nos preços do álcool tem colocado em dúvida a eficácia e a credibilidade do programa brasileiro. No entanto, isso é um acontecimento pontual devido ao período de entressafra. Como se sabe, o álcool é uma commodity internacional que sofre oscilações. Hoje, o mercado externo está com forte demanda, sobretudo pelo açúcar, o que, associado à entressafra, tem feito o preço do produto subir. O fato é natural, pois os preços seguem a economia de mercado.

Uma alternativa para a alta no preço do álcool são os carros bicombustíveis, que representam, hoje, quase 80% da venda de veículos no País. Quando a diferença entre o preço da gasolina e o do álcool está menor que 30%, o consumidor deve optar pela gasolina. Terminada a entressafra, o preço do álcool voltará a recuar e o consumidor mudará de combustível. Isso serve para ajudar a regular o mercado.

É interessante ressaltar que o álcool é mais vantajoso na maior parte do ano. O governo, no entanto, pode ser mais participativo no combate à volatilidade no mercado de açúcar e álcool. A criação de estoques reguladores para o período da entressafra, recurso utilizado no início do programa Proálcool, permitirá a estabilização das cotações. Outro ponto crucial para o êxito do programa do álcool brasileiro diz respeito à fiscalização tributária. Hoje, distribuidoras inidôneas, que sonegam PIS/Cofins, não se interessam por barganhar melhores preços e descontos nas usinas, acabando por inflacionar o produto, o que prejudica o consumidor. As distribuidoras idôneas, para garantir que terão produto disponível, acabam tendo de pagar mais caro aos usineiros.

Não há como negar que a utilização de corante no álcool anidro (que é misturado à gasolina) já foi um grande passo do governo para inibir o mercado ilegal de álcool no Brasil. Mas ainda há muito a ser feito em relação à fiscalização tributária. E o governo tem as ferramentas necessárias para isso. Basta aplicá-las. Apesar de precisar de alguns ajustes, ninguém pode tirar, da chegada definitiva do álcool ao mercado mundial, seu caráter ecológico, social e econômico.

kicker: A demanda pelo produto é crescente, e uma das nações mais interessadas no biocombustível são os Estados Unidos

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