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Alagoas deve ganhar disputa por cota de açúcar

A disputa pela cota americana do açúcar, travada nos gabinetes dos ministros José Dirceu (Casa Civil) e Roberto Rodrigues (Agricultura), pode beneficiar Alagoas. Quaisquer que sejam os critérios adotados – desde que técnicos – devem resultar no aumento da participação alagoana no volume de exportações para os EUA. Essa, ao menos, é a opinião do presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool em Alagoas (Sindaçúcar/AL), Pedro Robério Nogueira.

“Atualmente, a cota é distribuída através de acordo entre os estados. Acordo esse que beneficia Pernambuco. Como o entendimento foi rompido, o governo deve adotar novos critérios. Se a opção for pelo volume de produção, por indicadores socioseconômicos (geração de empregos) ou qualquer outro critério, Alagoas deve aumentar, ao invés de diminuir, a participação na cota americana de açúcar. Isso porque, no Nordeste, somos os maiores em todos os indicadores do setor”, afirmou Pedro Robério.

A “guerra” pela cota americana vem sendo travada pelos estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia e Rio Grande do Norte. Todos querem aumentar a participação. Alagoas, se depender da atuação de sua bancada no Congresso Nacional, também deve sair vitoriosa dessa batalha, segundo o presidente do Sindaçúcar/AL. “Toda a banca alagoana está atenta e coesa em defesa do interesse alagoano nessa questão”, frisou.

A proposta que está em estudo pelo Ministério da Agricultura, com maior chance de ser adotada, é acabar com a disputa entre os estados e estabelecer cota de participação para os produtores. Assim, cada usina de açúcar do Nordeste, independentemente do Estado onde estiver instalada, teria uma cota de exportação de acordo com sua produção nos últimos anos.

A disputa pela cota americana – que este ano está fixada em 152 mil toneladas métricas – se justifica porque o governo americano paga pelo produto, em média, três vezes o valor de sua cotação na bolsa de Nova Iorque – atualmente cerca de US$ 140 a tonelada. Por lei, essa cota é distribuída, no Brasil, apenas entre os estados nordestinos produtores de açúcar.

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