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AL e Paraná disputam 2º lugar na produção de cana

De novo, Alagoas está ameaçada de perder o segundo lugar na produção de cana-de-açúcar para o Paraná. A disputa será decidida, gota a gota, grau a grau. Explico. Para garantir uma boa produção agrícola, o setor sucroalcooleiro alagoano depende – de hoje até o começo da colheita, em setembro – somente da chuva. As usinas e destilarias paranaenses começaram a moagem em abril e apostam num crescimento acima de 10% em relação à safra 2002/03 (quando colheram 23 milhões de toneladas, contra 23,4 milhões de toneladas de Alagoas), mas vão depender fundamentalmente da temperatura. Quanto mais frio fizer, menor será o rendimento da lavoura.

Nos últimos três anos, Alagoas retomou o segundo lugar na produção de cana-de-açúcar depois que o Paraná, na safra 2000/01, teve uma quebra de produção de 20% e colheu pouco mais de 19 milhões de toneladas, contra 20,1 milhões de esmagadas pelas usinas alagoanas.

De lá para cá, os dois Estados aumentaram a produção e trabalham, agora, com previsões de colheita acima de 25 milhões de toneladas. Mas, ambos dependem do clima e do tempo.

E é baseado nas previsões dos meteorologistas que o presidente do Sindaçúcar/AL (Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool em Alagoas), Pedro Robério Nogueira joga suas fichas contra o Paraná. “A cana é muito sensível ao frio. E como esse ano tem sido registradas temperaturas muito baixas no Sul, tudo leva a crer que as estimativas de crescimento do setor sucroalcooleiro paranaense não se confirmarão”, declara. “Acredito que eles terão de se contentar com a terceira posição”, completa.

Quanto a Alagoas, o Sindaçúcar/AL está otimista. O inverno tem registrado chuvas abaixo da média. Mas com uma grande diferença, em relação ao comportamento de anos anteriores – a regularidade. “A distribuição da chuva é excelente. Tem chovido um pouco a cada dia. Se continuar assim e se chover no verão, vamos produzir 25 milhões de toneladas de cana “, aponta Nogueira.

Expectativas

As apostas de técnicos e produtores de cana de Alagoas coincidem com a avaliação do Sindaçúcar/AL. “Acredito num aumento de produção de até 10%”, avalia o presidente da Asplana (Associação dos Plantadores de Cana), Edgar Antunes.

O presidente da Cooperativa Pindorama, Klécio dos Santos, também está otimista. “No nosso caso teremos um incremento de 15% e devemos moer mais de 800 mil toneladas”, afirma, acrescentando “que parte do ganho será pela expansão da área plantada. No entanto, o aumento reflete, de fato, um bom comportamento do clima”.

Agrônomo e produtor, Edvaldo Tenório, apesar de otimista, lembra que tudo vai depender do verão. “Se for bom de chuva, a produção aumenta”, aponta.

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