“Esta semana já teremos resultados para que o setor (sucroenergético) possa ter tranquilidade para colher a cana e planejar a próxima safra” disse a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Tereza Cristina, ao participar do Fórum Virtual DATAGRO, BandNews e Terraviva, nesta manhã (13). O evento online, comando por Marcello D’Angelo, contou com a participação da presidente da Sociedade Rural Brasileira, Teresa Vendramini, e do presidente da DATAGRO, Plínio Nastari, que analisaram a resposta do agronegócio para a crise da COVID-19.
A ministra afirmou que há uma preocupação enorme do MAPA em relação ao setor, e que várias reuniões com lideranças do segmento já foram feitas para discutir possíveis soluções que possam minimizar a crise que assola a cadeia canavieira. “É um setor importantíssimo para o Brasil… que muito contribui com a balança comercial brasileira e o Governo não pode deixar que o setor tenha esses prejuízos”, alegou.
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Segundo Tereza Cristina, o MAPA, Ministério da Energia e Ministério da Economia trabalham juntos para tentar atender três pedidos do segmento: aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) para a gasolina; suspensão temporária da cobrança do PIS e Cofins e garantia de armazenagem através de warrantagem (ação de garantir a posse de mercadoria em depósito por meio de um título de garantia/warrant).
“Nossa luta é contra o tempo, precisamos de notícias nesta semana”, afirmou, comentando que o ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, está conduzindo a questão da CIDE e a redução temporária do PIS Cofins é um consenso entre MAPA, MME e Economia e já pacificada.
“Nós do MAPA estamos tratando da warrantagem, mas o desafio são os juros. Estamos discutindo com o Banco Central, BNDES e outros bancos alguma vantagem, mas na hora da crise, os bancos ficam sem apetite nenhum para risco e não estão baixando os juros como o Governo fez”, esclareceu, pontuando que a taxa básica de juros no País, a Selic, é de 3,75%, enquanto os bancos cobram juros de 9% a 11%, “exorbitantes, principalmente no médio prazo”, alega.
A ministra ressaltou ainda que pós-crise espera que o setor retome seu crescimento, visto que muito trabalho foi feito em relação à abertura de mercados, com intenção do etanol nacional chegar à China, Índia e outros países e se tornar uma commodity. “Não podemos deixar de seguir este cenário pós-crise porque eu vejo isso com grande esperança, mas nós podemos matar a nossa galinha de ovos agora, se nada for feito”, concluiu.