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Ainda há chances para Doha, dizem Amorim e Beckett

Para a ministra das Relações Exteriores do Reino Unido, a grande oportunidade será a reunião do G8. Há a possibilidade de que a Rodada Doha das negociações para a liberalização comercial feitas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) seja concluída com sucesso. Os países que lideram as conversações, no entanto, terão de demonstrar de forma concreta que pretendem chegar a um entendimento. A análise é do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e da ministra das Relações Exteriores do Reino Unido, Margaret Beckett, que concederam entrevista coletiva ontem no Itamaraty.

Embora já tenha vindo ao Brasil em 2004, como Ministra do Meio Ambiente, da Alimentação e dos Assuntos Rurais, essa é a primeira visita bilateral de Beckett, desde que assumiu, há dois meses, o cargo nas Relações Exteriores.

Para os dois ministros, a grande oportunidade para que os países em desenvolvimento elevem o acesso aos mercados de bens industrializados e serviços e os países desenvolvidos reduzam os subsídios e tarifas no setor agrícola será a reunião do G8, que contará com chefes de governo de países convidados, como o Brasil. O encontro do G8, grupo que reúne as democracias mais industrializadas do mundo – Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, Japão, Alemanha, Canadá e Itália – ocorrerá entre 15 e 17 de julho, em São Petersburgo, Rússia.

A solução para o impasse

Amorim e Margaret afirmaram que todos que conduziram as negociações até agora sabem qual é o formato do acordo que pode ser fechado. Ressaltaram, no entanto, que a intervenção dos presidentes e primeiros ministros pode ser a solução para o impasse.

“É até possível ter um acordo ambicioso. A questão é política. Não será fácil” disse a ministra britânica, que concorda que os países mais pobres devem ser os maiores beneficiários de um eventual acordo a ser assinado.

O chanceler brasileiro reconheceu que a reunião realizada em Genebra durante o fim de semana não trouxe resultados concretos para as negociações da Rodada Doha. O ponto positivo, disse o ministro, foi a demonstração de que a UE flexibilizou sua proposta relativa ao comércio de produtos agrícolas. Amorim lamentou, no entanto, o fato de os europeus não terem feito esse movimento antes, o que poderia viabilizar a assinatura de um acordo.

Beckett, que fez uma palestra em São Paulo pela manhã, reafirmou o apoio do Reino Unido à aspiração brasileira de obter uma vaga permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A ministra britânica disse que existe a “necessidade real” de que a instituição seja reformada porque o atual CS reflete a política e os atores do cenário vivido na II Guerra.

Países como o Brasil, disse Beckett, conquistaram o direito de maior representatividade nas instituições, por causa do papel que têm desempenhado no sistema internacional. Atualmente, apenas EUA, França, Reino Unido, Rússia e China integram o conselho de forma plena.

O chanceler brasileiro e a ministra do Reino Unido conversaram também sobre a cooperação para a produção de biodiesel, a situação no Oriente Médio, comércio bilateral e a proteção ao meio ambiente.

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