JornalCana

Agronegócio impulsiona Oeste paulista

Dos US$ 6 bilhões de investimento que o setor sucroalcooleiro vem fazendo anualmente no País, pelo menos, US$ 2 bilhões estão na região do oeste paulista, uma das protagonistas da revolução econômica que atinge o interior de vários Estados. No acumulado de 2003 a 2007, essa localidade recebeu sozinha US$ 5,5 bilhões referentes a 28 novas usinas e outros US$ 2,4 bilhões estão por vir em 2008 para 12 novos projetos.

O resultado é que só a cadeia sucroalcooleira nessa região gerou nesse período 100 mil empregos diretos e cerca de 400 mil indiretos, que proporcionam mais renda e riqueza à região. Com isso, a política da administração municipal conseguiu captar cerca de US$ 160 milhões em recursos privados na indústria, no comércio e em serviços.

Os setores de energia, automação industrial, máquinas e implementos agrícolas e os de manutenção de máquinas e caminhões, receberam boa parte dos investimentos. Após a decadência do programa Pró-álcool, no final dos anos 80, a cana-de-açúcar passou por um período de relativo ostracismo na economia nacional. Nos anos 90, os usineiros do oeste paulista passaram a transformar quase toda a produção em açúcar para tentar contornar a crise. Contudo, a riqueza na região teria sido impulsionada a partir de 2004, período em que a tecnologia dos carros bi-combustíveis passou a ser utilizada com intensidade.

E não pára por aí. O setor sucroalcooleiro ainda possui mais US$ 2 bilhões para investir em seis novas usinas ao longo do ano. “Os investimentos são feitos na região oeste, tornando Araçatuba o principal pólo econômico da região”, explica Antonio Cesar Salibe, presidente executivo da União dos Produtores de Bioenergia (Udop). Hoje, em torno de 50 usinas já estão cadastradas na associação. Para 2010, a expectativa é de que esse número chegue a 110 com um investimento de US$ 200 milhões em cada uma.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Araçatuba, Wilson Marinho, diz que agora é “a hora e a vez da região”, e lembra que o setor moveleiro e de confecção da cidade são o reflexo dessa prosperidade. “Mais de 80 pequenas e médias indústrias foram abertas no comércio da cidade nos últimos anos. Sem contar as de adubos, máquinas e carrocerias para caminhões”, comemora. Em quatro anos, a cidade recebeu cinco novos hotéis, praticamente dobrando o número de leitos. O bom momento também refletiu na arrecadação de tributos, que cresceu 20% nos últimos dois anos.

As vendas de bens duráveis como automóveis também tiveram um aumento considerável. José Dionísio, proprietário da concessionária J Dionísio Ltda, localizada em Araçatuba, disse que é difícil separar o que é reflexo do crescimento da cidade com o bom momento da indústria de automóveis em geral. “Mas com certeza o movimento aumentou bastante. Principalmente as filas de espera para compra de carros zero quilômetro”. A loja vendeu em 2007 uma média de 100 automóveis por mês, alta de 30% em relação ao ano anterior. Para este ano espera-se um incremento de 15% em cima do ano passado. A cidade tem uma população de cerca de 200 mil habitantes, e está localizada a 530 km de São Paulo.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram