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Agronegócio faz engenharia agronômica crescer

O agronegócio vem puxando a economia do Brasil nos últimos anos. Em 2003, por exemplo, o PIB (Produto Interno Bruto) agrícola cresceu 5%, enquanto o PIB total caiu 0,2%. O engenheiro agrônomo é um dos profissionais que mais se beneficiam dessa situação atualmente.

“Para você ter alta produção, é preciso conhecimento técnico”, afirma Quirino Augusto de Camargo Carmello, coordenador de engenharia agronômica da Esalq/USP. A universidade faz um acompanhamento dos alunos recém-formados. Em relação à última turma, 50% dos graduados estão empregados, 20% estão na pós-graduação e 12% dizem estar perto de conseguir um emprego.

Mateus Holtz de Camargo, 23, é um dos que engrossam a porcentagem dos empregados. Ainda durante o curso, conseguiu um estágio na multinacional Monsanto. Cinco meses depois, foi contratado. “Nem esperava arrumar um emprego”, afirma Mateus. “Já estava tudo engatilhado para fazer o mestrado. Mas, como surgiu a oportunidade, mudei meus planos.” Atualmente, entre outras atividades, ele age como representante comercial da empresa em São João da Boa Vista (229 km ao norte de São Paulo).

Ronaldo Trecenti, consultor da Abeas (Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior) e secretário-executivo da Associação de Engenheiros Agrônomos do Distrito Federal, faz uma ressalva em relação ao mercado de trabalho: “essa demanda por profissionais está concentrada em Mato Grosso, em Goiás, no interior de São Paulo e, no Nordeste, onde há produção de frutas irrigadas”.

Ele afirma que uma das áreas que mais necessitam de profissionais é a de fiscalização de produtos para exportação. Segundo ele, a falta de controle mais rigoroso leva a problemas como o da carne brasileira enviada à Rússia e o da soja exportada para a China –países que impediram a entrada desses itens alegando presença de sementes contaminadas (soja) e de um foco de febre aftosa (carne) no Amazonas.

Segundo Trecenti, a fiscalização tem de ser feita em toda a cadeia de produção dos alimentos.

Atuação

“Quando me formei, há 30 anos, praticamente só tínhamos emprego como funcionário público ou em empresas de insumo”, afirma José Geanini Peres, coordenador do curso na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). “Hoje isso mudou.” Segundo Peres, o salário inicial do engenheiro agrônomo está entre R$ 1.500 e R$ 2.000.

Fazem parte das atribuições do engenheiro agrônomo a produção, a comercialização e a conservação de alimentos. Como ramificações dessas atividades, o engenheiro agrônomo pode atuar, entre outras coisas, na orientação de investimentos para a produção agropecuária, na melhoria genética de animais e vegetais, na coordenação de construções rurais, na assistência técnica a empresas de insumos e na venda de produtos como adubos, fertilizantes e sementes.

O profissional pode trabalhar ainda na área comercial e de marketing das empresas.

O curso

Carmello, coordenador do curso da Esalq, lembra que, apesar da carreira estar na área de biológicas, o aluno precisa ter conhecimento de matemática, física e química –disciplinas cobradas nas engenharias. Ele diz que, normalmente, o vestibulando sabe desse requisito. A taxa de evasão no curso, que dura cinco anos, fica entre 5% e 8%, em média. A carreira pode ser chamada tanto de engenharia agronômica como de agronomia.

Diferentemente de outras engenharias, as mulheres têm procurado bastante a carreira. Na UFSCar, por exemplo, metade dos estudantes é do sexo feminino.

Uma das preocupações do curso é a preservação ambiental. Na unidade diferenciada da Unesp em Registro, isso recebe atenção especial. “Damos formação geral, mas com ênfase nos problemas aqui do Vale do Ribeira”, diz João Suzuki, coordenador da carreira. O objetivo é conciliar a produção de alimentos com a preservação da mata atlântica, ainda presente na região.

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