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Agronegócio critica Dilma em sabatina

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Em fala a empresários do agronegócio, a presidente Dilma Rousseff recebeu críticas por não fazer propostas concretas para o setor num eventual segundo mandato.

Aécio Neves (PSDB), que esteve mais confortável por falar a um público que, majoritariamente, o apoia, recebeu elogios dos produtores.

Já Eduardo Campos (PSB) foi cobrado pelas posições de sua vice, Marina Silva, historicamente adversária do setor. O discurso de Campos, porém, também foi bem avaliado, mesmo com queixas de seu estilo “cauteloso” ao tratar de temas ambientais.

Os três foram sabatinados nesta quarta (6) em evento da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), em Brasília. “Dilma foi bem, mas ficou muito no balanço”, afirmou o presidente da CNA, João Martins da Silva Júnior.

Sobre a reforma agrária e a demarcação de terras indígenas, os três fizeram acenos favoráveis aos empresários e evitaram se comprometer com o avanço dessas agendas.

Aécio foi mais incisivo: “Fazendas invadidas não serão desapropriadas por um prazo de dois anos, como sinalização clara de que respeitamos o direito de propriedade”.

Em um ponto, tanto Aécio quanto Dilma concordaram: ambos afirmaram não serem favoráveis que apenas a Funai cuide das demarcações de terras indígenas. Dilma lembrou ter determinado ao Ministério da Justiça a revisão das normas de demarcação.

A uma plateia avessa ao tema da desapropriação de terras rurais, a presidente disse ter feito “a maior reforma agrária do país”, contabilizando dados também da era Lula, e que está investindo na infraestrutura dos assentamentos.

Campos fez críticas ao desempenho do governo nessas áreas, mas evitou se comprometer com metas concretas.

O setor que mais fez críticas a Dilma foi o do etanol, que ela não citou ao discursar, causando desconforto.

“Enquanto Aécio e Eduardo Campos falaram de agroenergia e etanol, a presidente nem sequer citou a área. Uma decepção, ela ficou devendo”, disse a presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Elizabeth Farina.

Campos fez uma breve menção sobre o tema ao dizer que o país precisa dos empregos que a indústria da cana está perdendo com a crise do setor.

O empresário Maurilio Biagi Filho disse ser “inquestionável” que Dilma tomou medidas importantes para a agricultura, mas destacou que ela “não mencionou a crise” vivida pelos usineiros e que “o tema está sendo tratado com desleixo pelo governo”.

A questão do etanol só foi mencionada por Dilma durante entrevista a jornalistas. Segundo ela, está em estudo o aumento da mistura de álcool na gasolina de 25% para 27,5% como forma de auxiliar o setor a sair da crise.

Aécio prometeu criar um “superministério da Agricultura”, que incorporaria outros setores, como o Ministério da Pesca.

Fonte: Folha de S. Paulo

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