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Agroindustrial Campo Lindo produzirá etanol em Sergipe

Começa a operar em setembro, no município de Nossa Senhora das Dores, a cerca de 90 km de Aracaju (SE), a Agroindustrial Campo Lindo, unidade de produção de energias renováveis, como etanol, biodiesel e co-geradora de energia elétrica.

Com recursos de R$ 120 milhões, poderá processar um milhão de tonelada de cana-de-açúcar, o equivalente à produção de 80 milhões de litros de etanol por safra. “Até 2010, vamos concluir a fábrica de biodiesel”, afirma o presidente da empresa, Carlos Alberto Vasconcelos, executivo do setor supermercadista que estréia no setor.

As obras da usina começaram em janeiro. A conclusão da área dedicada ao biodiesel está prevista para os próximos dois anos e vai utilizar plantas oleaginosas como mamona, dendê, girassol e pinhão manso. “Com a colheita de um milhão de toneladas de cana-de-açúcar por safra, vamos entregar 500 mil litros de etanol por dia”, destaca. Para isso, a meta é plantar 16 mil hectares de cana em seis municípios do Estado.

Já a geração de energia elétrica será feita a partir da biomassa, diretamente do bagaço da cana, e deve representar 30 megawatts durante 180 dias do ano – o suficiente para atender as cidades de Nossa Senhora das Dores, Capela e Japaratuba, no Médio Sertão e Leste Sergipano. Os três municípios têm mais de 65 mil habitantes.

Dos investimentos na Agroindustrial Campo Lindo de R$ 120 milhões, cerca de R$ 20 milhões serão destinados para área agrícola e o restante vai para o setor industrial do projeto – 80% do montante é financiado pelo Banco do Nordeste (BNB). A previsão é gerar 180 empregos na indústria e 950 vagas no campo. “Até 2010 teremos um total de 1,7 mil funcionários”, diz o executivo.

O empreendimento ocupa área de 7 mil hectares e deve incluir laboratórios, área para moenda da cana, refeitório, ambulatório, escritórios e moradias para os agricultores, além de uma sala para receber estudantes que queiram conhecer a usina.

A concepção do projeto considerou ainda as perspectivas de diversificação dos negócios, como a produção de açúcar e energia na entressafra. “O objetivo sempre foi construir a usina em Sergipe, por ser o nosso Estado de origem e por já termos propriedades rurais na região”, afirma Vasconcelos.

Vasconcelos pertence a um grupo empresarial formado pela primeira geração dos fundadores da sergipana GBarbosa, empresa supermercadista criada nos anos 50 com operações em Sergipe, Bahia e Alagoas. A companhia foi adquirida no ano passado pelo grupo chileno Cencosud em um negócio avaliado em US$ 430 milhões. A receita bruta da GBarbosa era de R$ 1,9 bilhão na época. A rede possui 13 hipermercados, 23 supermercados, 34 farmácias e também seis lojas de eletrodomésticos. Emprega atualmente 8,9 mil funcionários.

“Com a venda da operação, decidimos investir no agronegócio. Mas antes, avaliamos a carência energética do país e a necessidade de produzir mais empregos na área rural”, destaca o empresário. O projeto foi beneficiado pelo Programa de Desenvolvimento Industrial (PSDI), do governo estadual, que concedeu incentivos fiscais ao empreendimento, bem como apoio na área de infra-estrutura, como o acesso rodoviário de dois quilômetros até a unidade.

O município de Nossa Senhora das Dores, sede da Campo Lindo, pertence à região do Médio Sertão Sergipano. Com a ajuda do governo estadual, o município ganhou um laboratório de informática e a delegacia local será reformada, com reforço do efetivo.

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