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Agroenergia será o primeiro projeto da GV Agro, diz Roberto Rodrigues

Para concretizar o potencial brasileiro de expansão no agronegócio são necessárias políticas públicas que favoreçam o setor privado nas questões de infra-estrutura, negociação internacional séria e compreensão das cadeias produtivas, afirmou o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, ao tomar posse hoje como coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas – GV Agro.

Rodrigues afirmou que a criação deste centro, também inaugurado hoje, tem justamente o objetivo de apoiar o desenvolvimento do Brasil neste setor ao atuar em quatro áreas: GV Agropesquisa, que deve realizar estudos no Brasil e nos demais países junto às empresas, cooperativismo e setor público; GV Agro Comunicação, cujo objetivo será divulgar informações sobre setor, mostrar experiências, além de montar um portal do agronegócios com informações de gestão e economia; GV Agro Cursos e Seminários, para capacitação de profissionais; e GV Projetos de Consultoria.

Uma das primeiras iniciativas é a formação de um grupo de trabalho para a formação de um centro de pesquisas em agroenergia, criado nos moldes do Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos. O grupo irá se reunir no dia 14 de dezembro para discutir o projeto.

O ex-ministro observou que o Brasil tem condições de liderar o segmento de agroenergia, setor que ele considera que será o foco das atenções neste século. De acordo com o Rodrigues, “saímos de uma velha civilização que dependia de combustíveis fósseis, fonte finita, para uma nova civilização que passa necessariamente pela bioenergia”. Para ele, além de atender a demanda global, o Brasil também detém a tecnologia de produção, que também poderá ser comercializada.

Os dados do ministério da Agricultura mostram que o Brasil tem hoje 62 milhões de hectares cultivados. Destes, a cana-de-açúcar é cultivada em 6 milhões de hectares (3 milhões são para álcool e 3 milhões para o açúcar), menos de 10% da área total. Segundo Rodrigues, há uma expectativa de que o Brasil dobre a produção atual em um prazo de 10 anos. Para tal expansão seriam necessários 5 milhões de hectares. Mas ele alerta, “isso (a produção maior) pode ser feito aumentando apenas os atuais níveis de produtividade das lavouras brasileiras”.

O Brasil conta hoje com 200 milhões de hectares para pastagem. “Como também há expectativa de aumento de produtividade na pecuária, mas terras deverão ficar disponíveis para a agricultura”, afirma. Pelos cálculos do governo, 90 milhões de hectares são aptas para a agricultura. Deste total 22 milhões podem ser plantados com cana-de-açúcar.

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