O Plano Safra 25/26 anunciado na terça-feira, 1º de julho, terá R$ 516,2 bilhões destinados a financiamentos da agricultura empresarial brasileira para custeio, comercialização e investimentos. Isso significa uma alta de 1,5%, o equivalente a R$ 8 bilhões a mais em relação ao plano anterior.
Apesar de um maior volume de recursos, alguns setores criticaram a elevada taxa de juros que varia entre 8,5% e 14% ao ano.
“Essa elevada taxa de juros torna o crédito rural praticamente inacessível para a maioria dos produtores. É importante ter um maior volume de recursos, mas com taxas mais atrativas”, afirma o presidente da União Nordestina de Plantadores de Cana (Unida), Pedro Campos Neto, que acompanhou o lançamento do Plano, em Brasília.
No Plano Safra anterior, lembra Pedro, os juros oscilavam de 7% a 12%.
Segundo ele, a explicação do Governo para elevação dos juros foi a escalada da Selic que passou de 10,5% a 15% ao ano entre as safras. Também presidente da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool do MAPA, Pedro Campos Neto reconhece o esforço do Governo Federal em disponibilizar recursos para fomentar a agricultura e pecuária do país numa conjuntura desfavorável de recursos, mas, reitera que a elevação da taxa de juros, num momento crítico de baixa nos preços das commodities nos últimos anos e diante de um aumento do endividamento dos produtores rurais do Brasil, desestimula o produtor a tomar emprestado esses recursos.
Ele destaca, no entanto, o crescimento nominal do crédito que destinou R$ 414,7 bilhões para custeio e comercialização, 3,34% mais que na temporada passada que foi R$ 401,3 bilhões, porém faz uma ressalva para a redução de recursos para as linhas de investimento de R$ 107,3 bilhões para R$ 101,5 bilhões, o equivalente a 5,41%. “Isso também limita a ampliação dos negócios para o setor”, disse Pedro.