O Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto-SP, foi palco da revelação dos vencedores do 2º Prêmio Produtividade com Modernidade, promovido pelo Instituto Agronômico (IAC). A premiação, voltada para reconhecer as empresas de destaque na safra canavieira 2023/24, trouxe mudanças significativas em relação à sua primeira edição, refletindo as condições climáticas e as novas tecnologias adotadas no setor.
Esta edição contou com a participação de 221 empresas, oriundas de 17 estados brasileiros, todas com produção superior a 500 mil toneladas de cana-de-açúcar. O prêmio, que é baseado em critérios meritocráticos, utilizou o Índice IAC de Produtividade com Modernidade (IIPM), que considera a quantidade de toneladas de ATR por hectare (TAH5) e o índice de liberação varietal (ILV), o qual reflete a idade média das variedades utilizadas. A fórmula utilizada foi IIPM = TAH5 – 0,20 x ILV, valorizando, assim, produtores que investiram em novas variedades de cana, desenvolvidas pelos programas de melhoramento genético do Brasil.
Segundo Rubens Braga Junior, consultor do IAC, metade dos vencedores deste ano não estava presente na lista de 2023, o que era esperado devido à variação nas condições climáticas entre as duas safras. “A produtividade está fortemente ligada ao clima, e os últimos dois anos foram bastante diferentes. A safra de 2022/23 foi marcada por seca e baixa produtividade, enquanto 2023/24 registrou uma safra recorde, com chuvas abundantes. Aqueles que conseguiram responder melhor a esse clima mais favorável elevaram consideravelmente sua produtividade”, explicou.
A grande vencedora do 2º Prêmio Produtividade com Modernidade foi a Usina Alta Mogiana, do estado de São Paulo, que alcançou um IIPM de 13,67, superando em quase dois pontos o índice da vencedora da primeira edição.
A seguir, confira os vencedores por região:
- Estado de Alagoas: MARITUBA, do GRUPO CARLOS LYRA
- Estados da Região Norte / Nordeste, Exceto Alagoas e Tocantins: PAGRISA – GRUPO PAGRISA
- Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul: RIO BRILHANTE, do GRUPO AGROTERENAS
- Estados De Minas Gerais / Espírito Santo: UBERABA, do Grupo Balbo
- Estados de Goiás / Tocantins: DENUSA – Destilaria Nova União
- Estado do Paraná: NOVA LONDRINA, do Grupo CMNP
- Região de Araçatuba-SP: DIANA BIOENERGIA
- Região de Assis-SP: SÃO LUIZ, do Grupo Quagliato
- Região de Jaú-SP: USINA FERRARI
- Região de Piracicaba-SP: SANTA LÚCIA, do Grupo Ometo
- Região De São José Do Rio Preto-SP: NOVO HORIZONTE, do Grupo Santa Isabel
- Grande prêmio NACIONAL e Região de Ribeirão Preto-SP: ALTA MOGIANA, do Grupo Lincoln Junqueira
Marcos Landell, Diretor Geral do Instituto Agronômico, destacou a importância da adoção de novas variedades de cana no aumento da produtividade das empresas vencedoras. Ele apontou que o uso dessas variedades é essencial para o sucesso agroindustrial e a recuperação do setor, que foi duramente atingido por queimadas em diversas regiões produtoras. “A ampla adoção das novas tecnologias varietais, que apresentam maior capacidade de produção em soqueiras, com melhor brotação e emissão de colmos, será fundamental para enfrentar os desafios impostos pelos incêndios”, afirmou.
O uso dessas novas variedades, segundo Landell, atuará como um “antídoto” para mitigar os danos causados pelos incêndios, especialmente no Centro-Sul do Brasil, onde a recuperação demandará ciência e tecnologia. “A recuperação das áreas afetadas exigirá grande esforço tecnológico para evitar o aumento excessivo nos custos de produção”, concluiu.