Agricultura

Subsecretário propõe gabinete de crise permanente para período de seca

Reforço nas brigadas das usinas e atualização de dados climáticos são pontos-chave para o enfrentamento de incêndios, afirma

Subsecretário propõe gabinete de crise permanente para período de seca

A manutenção de um gabinete de crise permanente durante o período de seca e a atualização da modelagem dos dispositivos responsáveis pelas previsões climáticas. Essas foram algumas das sugestões apresentadas pelo subsecretário de Abastecimento e Segurança Alimentar do Estado de São Paulo, Diogenes Kassaoka, durante evento promovido na quinta-feira (26), pela Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), em sua sede, em Sertaozinho-SP.

O encontro reuniu produtores, representantes de usinas, pesquisadores, autoridades públicas e ambientalistas, que discutiram estratégias para o enfrentamento de incêndios, cada vez mais frequentes durante os períodos de estiagem. Kassaoka destacou o papel crucial das usinas e suas brigadas no combate às chamas, ressaltando, em especial, o apoio da Usina Batatais: “Preciso agradecer imensamente à Usina Batatais, que auxiliou no combate aos focos de incêndio com o uso de aeronaves, caminhões e brigadas. Agradeço também ao setor produtivo como um todo, que foi incansável ao unir esforços com o Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e os produtores rurais”, declarou.

Além de propor a criação de um gabinete de crise permanente para períodos de seca, Kassaoka enfatizou a necessidade de atualizar as tecnologias de previsão climática. Segundo ele, a modelagem de dados atual tem se mostrado ineficaz devido à crescente variabilidade dos eventos climáticos. “Um dos nossos grandes desafios tem sido a modelagem de dados, pois os padrões climáticos estão mudando. Mesmo com inteligência artificial e análise preditiva, a previsão falha porque as métricas históricas não correspondem mais à realidade. Estamos enfrentando eventos sem precedentes”, explicou o subsecretário.

Kassaoka também abordou a importância de fortalecer a frota aérea dedicada ao combate a incêndios e a necessidade de explorar novas tecnologias e produtos no enfrentamento ao fogo. “Fizemos um trabalho heroico com os helicópteros Águia, Air Tractors e outras aeronaves, mas percebemos que não dispomos de uma aeronave robusta específica para o combate a incêndios. O Estado de São Paulo está em busca desse tipo de equipamento. Para vocês terem uma ideia, o Brasil não possui essa tecnologia. A Defesa Civil está avançando nas discussões e avaliando a possibilidade de utilizar não apenas água, mas também outros produtos, como retardantes e adjuvantes, para melhorar nossa eficiência no combate às chamas”, acrescentou.

Segundo dados apresentados na reunião que contou com a participação do subsecretário, no mês de agosto o estado de São Paulo registrou 658.638 hectares de áreas queimadas sendo 328.248 hectares só no dia 23 de agosto. Neste mês, foram registrados 11.628 focos de incêndios no Estado, um aumento de 227% em relação à média histórica esperada para o mês, que fica em torno de 3.550 focos. Em comparação ao mesmo período do ano passado, houve um crescimento de 780% dos focos de em relação ao mesmo período do ano passado.