Agricultura

Seca em São Paulo fez produtividade das lavouras de cana cair 9,6%

A seca só piorou a situação, diz produtor
A seca só piorou a situação, diz produtor

A menor quantidade de chuvas no Estado de São Paulo durante o ano passado reduziu a produtividade das lavouras de cana-de-açúcar. De acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o resultado final da safra 2013/14 apresentou queda de 1,5% na área plantada, 9,7% na produção e redução de 9,6% na produtividade em relação ao ciclo anterior, o que resultou em 401,2 milhões de toneladas de cana.

Além das questões climáticas, o IEA afirma que a “política econômica de administração dos preços da gasolina, que inviabilizou a competitividade do etanol, causou desestímulo e, por conseguinte, a crise do setor”.

O levantamento, feito em novembro de 2014, detectou que o Estado recebeu um volume de precipitações abaixo de 1.200 milímetros em todo o ano passado e a quantidade necessária para a cultura atingir seu máximo potencial é em torno de 1.200 a 1.300 milímetros anuais.

De acordo com os dados levantados pelos técnicos da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), as temperaturas médias máximas subiram 5,5% e as as temperaturas médias mínimas cresceram 3,2% quando comparadas a 2013, portanto, “além de baixa precipitação o ano de 2014 apresentou aumento nas temperaturas médias mínima e máxima”, afirmam Vagner Azarias Martins e Mario Olivette, pesquisadores do IEA responsáveis pelo estudo, em nota.

O menor índice pluviométrico afetou em diferentes proporções cada região produtora do Estado. No norte, foi onde houve maiores quedas na produtividade, sendo que, em Barretos, a redução foi de 8,1%; Orlândia 2,8% e Ribeirão Peeto, 3%.

Em Jaboticabal, na região central, a queda de rendimento foi de 21,6%, porém, o IEA ressalta que na safra 2012/13 a produtividade desta cidade fugiu da curva histórica 73 toneladas por hectare e registrou produtividade de 102 toneladas por hectares. Neste ano, ficou em 80 toneladas por hectare.

“Esses resultados podem ser justificados devido às variações locais de clima e de variedades, como também a existência de uma relação entre produção e consumo de água pela cana-de-açúcar que varia em função do estágio fenológico, do ciclo da cultura (cana planta ou cana soca), das variações climáticas e da água disponível no solo, entre outros fatores”, diz o estudo.

O IEA ainda conclui que a safra 2014/15 também sofrerá com os efeitos do clima porque em dezembro e janeiro últimos as precipitações foram em volumes inferiores ao esperado.

(Fonte: Valor Econômico)