A moagem da safra de cana-de-açúcar 2017/18 na região Centro-Sul do País deverá estender-se nos primeiros meses do próximo ano.
Apesar de oficialmente a temporada vigorar entre abril de um ano ao fim de março do ano seguinte, por tradição as unidades encerram a moagem até dezembro.
O fim da moagem da 17/18 era esperado para até dezembro mesmo porque as unidades produtoras do Centro-Sul devem ter à disposição 585 milhões de toneladas de cana, segundo projeção da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
Essa estimativa é 20 milhões de toneladas inferior ao processamento de cana da 16/17, também conforme a entidade.
Mas apesar de ter oferta menor de cana, as unidades do Centro-Sul iniciaram a moagem com médios 15 dias de atraso ante a temporada anterior. Esse atraso ajuda a explicar a moagem de cana bisada.
“Haverá cana-de-açúcar sendo colhida em janeiro, fevereiro e março”, afirma Antônio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica, em entrevista ao JornalCana em 08/06.
Mas de quanto será essa colheita? “Vai depender do aproveitamento de moagem do que irá ocorrer daqui para frente”, disse ele.
Padua lembra que fora as chuvas [e geada] registradas no mês de maio, fortes ventanias também tombaram muitos canaviais. “A cana tombada gera mais impurezas que, com a colheita mecanizada, seguem para dentro da indústria, resultando em produtividade menor.”
Lei da lona
Para Padua, a lei que obriga a aplicação de lona em caminhões canavieiros que circularem em rodovias, em vigor desde 01/06, “não atrapalha em nada o dia a dia do setor sucroenergético.”
“A lei da lona era prevista, negociamos há vários anos, conseguimos prazo, houve tempo para a adaptação das usinas”, disse. “Houve ônus, teve custo? Teve. Mas precisamos entender que a lona é importante para o processo, importante para a segurança de outros que transportam na pista, e o setor tem que buscar produtividade, tem que ganhar.”