Agricultura

Safra 18/19: ATR acumula alta de 3,09% e TCH tem queda de 4,15%

Foto: Unica/Divulgação
Foto: Unica/Divulgação

A safra de cana-de-açúcar 2018/19 na região Centro-Sul acumula resultados positivos e negativos no acumulado entre abril e até 1º de outubro.

Na comparação com o mesmo período da temporada anterior, a concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) atingiu 140,34 kg por tonelada, aumento de 3,09%.

Já o rendimento do canavial em toneladas de cana por hectare (TCH) indica retração de 4,15% no acumulado: 76,06 TCH ante 79,35 TCH na safra 17/18.

As informações de TCH integram dados preliminares do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) baseados em uma amostra de 138 usinas.

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Desempenho na quinzena

Conforme boletim da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgado em 10/10, nos 15 dias finais de setembro a concentração de ATR alcançou 147,61 kg por tonelada de cana, ante 159,30 kg na mesma quinzena do último ano – queda de 7,34%.

Já o balanço de TCH indica que o rendimento do canavial alcançou 64,79 toneladas por hectare colhido no mês de setembro, contra 72,39 toneladas por hectare no mesmo período 2017 (queda de 10,50%).

Confira a seguir resultados da safra 18/19 no Centro-Sul referentes à segunda quinzena de setembro: 

Moagem

A quantidade de cana-de-açúcar processada no Centro-Sul totalizou 27,64 milhões de toneladas na segunda quinzena de setembro, 31,68% inferior às 40,46 milhões de toneladas apuradas no mesmo período do último ano.

Do início da safra 2018/2019 até 1º de outubro, o processamento chegou a 457,93 milhões de toneladas, queda de 2,31% se comparado ao mesmo período do ciclo anterior (468,78 milhões de toneladas).

Motivo da retração 

A retração observada na moagem deriva, em grande medida, da maior precipitação pluviométrica nas regiões das lavouras na região Centro-Sul durante a segunda quinzena de setembro, além da redução do ritmo de processamento devido ao término da safra em algumas unidades.

Com esse efeito, até o início de outubro deste ano, cinco unidades encerraram a safra 2018/2019. Essas empresas registraram uma redução de 13,1% na moagem. Na próxima quinzena, a expectativa é de que outras 32 usinas interrompam as operações.

“Essa é a primeira quinzena em que a moagem da safra atual ficou aquém daquela observada no ciclo anterior. Essa retração está concentrada nos estados de de São Paulo e Paraná”, explica o diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Pádua Rodrigues.

Produção 

A produção de açúcar somou 1,28 milhão de toneladas na segunda metade de setembro, com expressiva queda de 55,01% (equivalente a mais de 1,57 milhão de toneladas) sobre o resultado em igual período da safra 2017/2018. Por sua vez, a fabricação de etanol reduziu 19,81%, alcançando 1,63 bilhão de litros, sendo que 493,75 milhões de litros correspondem ao anidro e 1,14 bilhão ao hidratado.

Esses números retratam o maior direcionamento da matéria-prima processada para a fabricação do etanol. Nos últimos quinze dias de setembro, o indicador registrou 66,92% de cana direcionada à produção do biocombustível. Esse percentual é significativamente superior aos 53,45% observados na mesma quinzena de 2017.

Desde o início da safra, a produção de açúcar atingiu 22,27 milhões de toneladas frente a 29,34 milhões no mesmo período de 2017. No caso do etanol, são 24,38 bilhões de litros produzidos, dos quais 7,54 bilhões de anidro e 16,84 bilhões de hidratado. Este último apresenta crescimento de 51,87% em relação ao acumulado da safra 2017/2018.

Para Antonio de Pádua, “a expansão da fabricação de etanol registrada até o momento, considerando também a tendência de mudança no mix de produção das empresas, deverá resultar em uma redução na oferta total de açúcar na safra 2018/2019 de pelo menos 9 milhões de toneladas na comparação com a quantidade produzida no último ano”.

Vendas de etanol

O volume total de etanol comercializado pelas unidades do Centro-Sul somou 1,33 bilhão de litros na segunda quinzena de setembro, crescimento de 8,54% em relação a mesma quinzena do ano anterior (1,22 bilhão de litros), sendo 83,15 milhões destinados à exportação e 1,25 bilhão ao mercado doméstico.

Esse crescimento deve-se, mais uma vez, à manutenção da competitividade do etanol hidratado frente à gasolina no mercado doméstico.

As vendas do biocombustível alcançaram 925,50 milhões de litros nos últimos quinze dias de setembro, registrando aumento de 29% em relação aos 717,51 milhões de litros verificados em igual período de 2017.  No total do mês, as vendas de hidratado carburante atingiram 1,80 bilhão de litros, registrando crescimento de 38,09% em relação ao volume observado em setembro de 2017.

“O volume comercializado em setembro representou uma pequena redução em relação aos 1,87 bilhão de litros vendidos em agosto deste ano devido ao início de safra na região norte-nordeste e a consequente retração nas transferências do Centro-Sul”, acrescenta o diretor da Unica.

No caso do etanol anidro, o volume comercializado na última metade de setembro atingiu 324,01 milhões de litros, montante inferior aos 379,12 milhões de litros observados na mesma quinzena do último ano.  Essa queda se deve ao crescimento do consumo de hidratado, à retração na demanda de combustíveis do ciclo Otto, ao início da safra no Norte-Nordeste e à oferta de etanol importado.

Desde o início de abril até 1° de outubro deste ano, as vendas de etanol pelas usinas e destilarias do Centro-Sul totalizaram 14,91 bilhões de litros, sendo 858,15 milhões destinados ao mercado externo e 14,05 bilhões comercializados domesticamente, crescimento de 17,71% na comparação com o mesmo período da safra passada.