Relatório elaborado por instituições ligadas ao Governo Estadual – Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola – FUNDAG, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – APTA e Instituto Agronômico – IAC, alerta sobre o risco de incidências de novas queimadas em virtude de novas ondas de calor no mês de setembro.
O documento aponta que no mês de agosto foram contabilizados 3.530 focos de incêndio, gerando uma área queimada de 481.290 hectares, impactando diretamente 8.049 propriedades rurais e diversos setores da sociedade, com formação de pluma de fumaça com área de topo com mais de 17,3 milhões de hectares.
De acordo com o documento, boletins climáticos já antecipavam as condições de risco favoráveis para o surgimento de focos de incêndio nesse período. Em especial, no dia 23 de agosto, “com temperaturas máximas absolutas chegando a 47°C, umidades relativas mínimas absolutas chegando a menos de 14%, estiagem com mais de 100 dias para certas localidades, e ventos fortes de entrada de frente fria, os focos de incêndio se alastraram com grande velocidade e intensidade”, afirma o relatório.
As condições hidrometeorológicas induziram a um grave efeito de aumento da vulnerabilidade ambiental, ocasionando sérios incêndios e nuvens de fumaça e partículas, aponta o documento.
“Não adentrando o mérito das origens do fogo, as condições de propagação eram extremas, e o risco de incêndio era ressaltado desde maio. As consequências dos incêndios foram tristes e impactantes para a população paulista, com mais de 8.000 propriedades rurais diretamente impactadas, áreas urbanizadas e eixos rodoviários afetados”, informa o relatório.
De acordo com o documento, entre as Unidades Hidrográficas de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo (UGRHI’s) mais impactadas figuram a do Turvo/Grande e do Mogi-Guaçu, e do Pardo, Tietê/Jacaré, Sapucaí/Grande e Baixo Tietê.
Atualmente o risco de incêndio continua alto em pequenas porções de São Paulo, porém, o relatório alerta que há previsão de novas ondas de calor para o mês de setembro, e que as brigadas devem estar atentas. “As brigadas de incêndio devem estar devidamente capacitadas, com equipamentos, e mobilizadas para atuar, e aceiros devem ser refeitos e conservados. Torna-se essencial a compreensão dos gestores públicos quanto aos impactos decorrentes dos incêndios nas áreas de vegetação nativa”, adverte o documento.