Agricultura

Quatro usinas de cana entram em projeto de palha da Unica e do CTBE

O mercado da palha tende a crescer junto aos fornecedores de cana
O mercado da palha tende a crescer junto aos fornecedores de cana

Quatro usinas de cana-de-açúcar são parceiras no Projeto SUCRE (Sugarcane Renewable Electricity), iniciado este ano pelo Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) e pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA).

As usinas sucroenergéticas parceiras são..

… a Alta Mogiana, Pedra, Quatá (grupo Zilor) e uma do grupo Raízen, que, segundo a assessoria do CTEB, em divulgação em 28/08/2015, está para ser definida.

O que é o Projeto SUCRE?

Tem por missão converter bagaço e palha de cana-de-açúcar em eletricidade, em usinas de açúcar e etanol, que representa uma excelente oportunidade para ampliar a produção sustentável de energia elétrica no Brasil.

Qual o objetivo principal? 

O SUCRE tem como objetivo principal a aumentar a produção de eletricidade com baixa emissão de gases efeito estufa (GEE) na indústria de cana-de-açúcar, por meio do uso da palha produzida durante a colheita. sucre-palha-campo

Como funciona?

O CTBE e a UNICA atuarão junto a quatro usinas selecionadas – que recolhem palha para gerar eletricidade – para desenvolver soluções que elevem tal geração à plenitude da tecnologia disponível.

Quem financia? 

A iniciativa é financiada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente e gerida pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Ao todo, serão cinco anos de projeto e um investimento de cerca de US$ 67, 5 milhões.

Qual o objetivo?

Dados do projeto indicam que cerca de 800 MW de energia são gerados anualmente em usinas de cana e etanol e vendidos para o sistema elétrico brasileiro. Entretanto, somente a otimização da tecnologia empregada (em escala nacional) ampliaria essa produção em 10 vezes.

Como o SUCRE será executado? 

O líder do projeto no CTBE, Manoel Regis Lima Verde Leal, explica que para cumprir os objetivos do projeto, dividiu-se sua execução em seis frentes de trabalho que almejam os seguintes resultados:

  1. Operacionalização da tecnologia para coleta e conversão da palha de cana-de-açúcar em eletricidade para uso comercial;
  2. Demonstração da viabilidade econômica da coleta de palha da cana-de-açúcar para a geração de eletricidade em usinas comerciais;
  3. Avaliação dos efeitos da coleta de palha da cana-de-açúcar no ciclo de cultivo e colheita, de modo a garantir integridade ambiental e sustentabilidade em longo prazo;
  4. Utilização da palha da cana-de-açúcar em todo o setor sucroalcooleiro, com beneficiamento do investimento privado devido às lições aprendidas;
  5. Formulação e/ou adaptação do arcabouço legal e regulatório para promover o uso sustentável da palha de cana-de-açúcar para produção de eletricidade e venda para a rede;
  6. Monitoramento do projeto, aprendizado, gestão adaptativa e avaliação.

“A palha contém cerca de um terço da energia primária presente na cana-de-açúcar. Esperamos aumentar em cerca de 60% a eletricidade excedente gerada pela melhor tecnologia empregada nas quatro usinas”, comenta Manoel Leal.

As usinas parceiras: 

As usinas que participarão da etapa inicial do projeto, que prevê o desenvolvimento de soluções que resolvam gargalos técnicos no recolhimento, transporte e conversão de palha em eletricidade são: Alta Mogiana, Pedra, Quatá (grupo Zilor) e uma do grupo Raízen (a ser definida).

De acordo com Leal, estas usinas se destacam pelo trabalho desenvolvido nos últimos anos na geração de eletricidade a partir da palha de cana.

Entretanto, há gargalos significativos a serem resolvidos, como o alto nível de impureza presente na palha enfardada, os elevados custos de recolhimento do material no canavial e as barreiras no marco regulatório que obrigam as usinas a arcarem com os custos de conexão entre a usina e as linhas de transmissão de eletricidade.

“Em usinas afastadas de subestações de energia esses custos são elevados e podem inviabilizar a implantação da tecnologia”, explica Leal, em relato distribuído pela assessoria.

A coordenadora da Unidade de Desenvolvimento Sustentável do PNUD/Brasil, Rose Diegues, explicou que os resultados obtidos com as usinas iniciais serão aplicados em outras usinas na fase dois.

A meta da equipe é encontrar no mínimo sete outras usinas interessadas em implantar as melhores práticas desenvolvidas. Essas serão contempladas com estudos de viabilidade técnico-econômica para a geração de eletricidade a partir da palha de cana em suas instalações.