Ainda não foi em janeiro que a produção da Petrobrás, em queda há dois anos, começou a virada esperada para este ano. A estatal contabilizou uma redução de 2,4% no mês em relação a dezembro, enquanto conserta plataformas antigas e espera a entrada de novas unidades. Foram produzidos 1,917 milhão de barris por dia de óleo e líquido de gás natural (LGN).
Apesar da queda, as ações da empresa tiveram ontem um dia de recuperação, com alta de 1,05% no caso das preferenciais (PN) e de 1,73% nas ordinárias.
A meta de produção para este ano é de 2,076 milhões de barris por dia, em média 7,5% mais do que em 2013. Mas, com a redução sofrida em janeiro, o desafio para este ano sobe para uma alta de 8,2%. Cinco plataformas novas (P-58, P-62, P-61, Cidade de Ilhabela e Cidade de Mangaratiba) estão programadas para começar a produzir em 2014, três ainda neste semestre.
Juntas, elas elevam o potencial de produção em mais de 500 mil barris por dia. No entanto, levarão até dois anos para atingir a capacidade máxima. Além disso, a água associada ao óleo entra na conta de volume.
Também ajudará na recuperação da companhia a volta ao funcionamento da plataforma P-20, no campo de Marlim, que deixou de produzir 22 mil barris por dia desde que sofreu um incêndio no sistema de produtos químicos, em dezembro. A parada terá impacto na produção de janeiro, fevereiro e março. Até o fim deste mês espera-se que a unidade volte à ativa.
Algumas das plataformas novas também já tiveram seu cronograma atrasado, como o caso da P-62, que também sofreu incêndio em janeiro e agora passa por reparos e finalizações em alto-mar. A nova previsão para iniciar os trabalhos no campo de Roncador é em abril. Ainda em março, está previsto o início da produção da P-58. Cidade de Ilhabela e Cidade de Mangaratiba começam produção apenas no segundo semestre.
A redução da produção em janeiro ocorreu mesmo com mais um recorde de produção na área do pré-sal, que chegou a 412 mil barris por dia. Na média do mês, a província do pré-sal, nas bacias de Santos e Campos, atingiu 358 mil barris por dia, 13 mil a mais do que em dezembro de 2013. O motivo é a queda de produção na Bacia de Campos, responsável por 75% da produção nacional.
A estatal está investindo para aumentar a eficiência da bacia, onde a companhia já chega a produzir um barril de água para cada barril de óleo extraído. Em abril de 2012, a Petrobrás criou o programa de aumento da eficiência operacional (Proef). A meta era restaurar, até 2016, a eficiência operacional dos sistemas de produção mais antigos da Bacia de Campos aos níveis históricos de 90%. Quase dois anos depois, passou de 66% para 75%. A Petrobrás diz que o programa trouxe produção adicional de 63 mil barris por dia.
A produção de óleo e LGN no Brasil é a referência mais comumente usada pela Petrobrás. Mas a companhia também anunciou um recorde de produção em seus campos no Golfo do México, nos Estados Unidos. Cascade e Chinook atingiram 40 mil barris por dia.