Agricultura

Por que o Centro-Sul pode ter a terceira maior moagem da história na 2026/27

Avaliação de alta na moagem da safra 2026/27 no Centro-Sul é da Stone X

As unidades bioenergéticas da região Centro-Sul do país podem registrar a terceira maior moagem da história na safra 2026/27, que oficialmente começa em 1º de abril de 2026.

A avaliação é da Stone X, empresa global de serviços financeiros, para quem, a moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul é projetada em 620,5 milhões de toneladas.

Trata-se, segundo a empresa, de sua primeira estimativa para a safra 26/27, e a projeção indica alta de 3,6% ante o ciclo 2025/26.

Por que a moagem deverá crescer? Segundo a Stone X:

  • A recuperação prevista decorre de três fatores principais, que incluem o rejuvenescimento do canavial em 2026/27 após o aumento das renovações em 2024/25 e em 2025/26;
  • a expectativa de chuvas mais próximas da normalidade entre outubro e março e a expansão da área colhida, que deve atingir 8 milhões de hectares, 1,8% acima do ciclo atual.
  • Parte desse crescimento vem da recomposição de áreas afetadas pelas queimadas no período de julho a setembro de 2024, quando 420 mil hectares de áreas estavam sujeitas a incêndios, tanto em ponto de colheita quanto em áreas já colhidas.
Marcelo Di Bonifácio, analista de Inteligência de Mercado da StoneX
StoneX

“A recuperação das áreas reformadas após as queimadas e o retorno esperado das chuvas criam um ambiente mais favorável para o setor. Esses fatores, somados ao rejuvenescimento do canavial, explicam a projeção de uma safra entre as maiores da história do Centro-Sul”, destaca o analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Marcelo Di Bonifácio Filho.

Mais projeções da Stone X:

Mais projeções da Stone X:

  • A produtividade deve ter leve avanço, alcançando 77,5 toneladas por hectare, apesar da persistência de déficits hídricos em regiões como Triângulo Mineiro, Sul de Goiás e Noroeste Paulista, que ainda registram níveis de umidade do solo próximos às mínimas em 10 anos desde 2024.
  • No campo dos derivados, a produção de açúcar é estimada em 42,1 milhões de toneladas, aumento de 5,7% e o segundo maior volume da série histórica.
  • O crescimento será impulsionado pela maior moagem e pela normalização do Açúcar Total Recuperável (ATR), previsto em 138,8 kg/ton, alta de 2,4% em relação ao ciclo atual.
  • A expectativa é de exportações próximas ao recorde de 2024, com excedente em torno de 34 milhões de toneladas.
  • O etanol também terá destaque com uma estimativa de produção total ampliada pelo avanço do milho, cuja oferta pode alcançar 11,4 bilhões de litros, crescimento de 17,5% frente ao ciclo 2025/26, respondendo por quase um terço do volume da região. Já o hidratado de cana deve atingir 14,6 bilhões de litros, aumento de 8,2%.
  • Etanol de milho ganha protagonismo no Nordeste
  • No Norte-Nordeste, a moagem de cana em 2025/26 deve se manter praticamente estável, em 57,3 milhões de toneladas, leve queda de 0,5% sobre o ciclo anterior. A produção de açúcar, no entanto, tende a recuar 1,9%, para 3,65 milhões de toneladas, refletindo a normalização do ATR após resultados recordes em 2024/25.
  • Frente a esse cenário, o etanol de cana tende a perder espaço relativo, diante da crescente oferta do milho.
  • A mudança, porém, deve se intensificar a partir de 2026/27, quando novos projetos entrarão em operação. A expectativa é de um mix açucareiro em torno de 51% para o ciclo 2025/26.
Delcy Mac Cruz

Editor

Editor do JornalCana

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