
O setor de bioenergia da região Nordeste enfrenta queda no preço da cana-de-açúcar, que chega a 40% neste ano, apontam entidades.
Além da queda de preços da matéria-prima, o setor enfrenta, também, crise diante do tarifaço dos EUA que, imposto em agosto, gerou 50% de tarifa para a exportação do açúcar das usinas da região – imposto que, até agosto, era de 10%.
Ações das Lideranças Regionais contra queda do preço da cana
O que as lideranças regionais do setor têm feito para enfrentar a situação?
A partir de divulgação da assessoria da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), o JornalCana divulga a seguir destaques das ações das lideranças:
- Pautas: nesta terça-feira (2), a governadora Raquel Lyra estará com o presidente Lula em Cupira (PE), onde será inaugurada a barragem Panelas II. Antes, estarão na Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca-PE. Na ocasião, a Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) e o Sindicato Estadual dos Cultivadores de Cana (Sindicape), conforme tratado na audiência pública da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), realizada ontem (1º), sobre a crise do setor diante do tarifaço dos EUA, devem apresentar pautas de reivindicações aos gestores em busca de socorrer a cultura da cana que pena com a queda do preço em quase 40% neste ano.
- Subvenção: à União será solicitada a subvenção econômica e ao Governo Estadual o crédito presumido do ICMS através da possibilidade da produção adicional de etanol anidro, a fim de socorrer os 9 mil canavieiros afetados, onde 92% são agricultores familiar (só produzem até mil toneladas de cana).
- Articulação: a agenda com o presidente Lula está sendo articulada pelo deputado estadual Doriel. A AFCP pedirá apoio do governo federal para aprovar a subvenção de R$ 12 por tonelada de cana ao produtor do Nordeste, contida na Medida Provisória (MP 1903/2025), em trâmite na Câmara dos Deputados.
- Garantia: também solicitará a inclusão da cana de açúcar na Politica de Garantia de Preço Mínimo (PGPM).
- Pleitos: no âmbito estadual, os deputados Antônio Moraes e outros parlamentares trabalham no agendamento de uma audiência com a governadora para a AFCP e o Sindicape apresentar os pleitos. Dentre eles, abastecer os carros oficiais com etanol. Contudo, a reivindicação principal é o crédito presumido do ICMS sobre o etanol anidro.
- ICMS: Pernambuco não é estado forte na produção de anidro. Mas, de forma combinada com o setor, as usinas passariam a produzí-lo e o governo estadual arrecadaria mais. É R$ 0,58 de ICMS por litro. Até o fim da safra, seria possível fabricar até R$ 200 milhões de litros. Isso representaria R$ 116 milhões em ICMS.
- Política pública: “Esse montante poderá ser gerado já a partir desta safra para socorrer os canavieiros atingidos pelo tarifaço e, na próxima safra em diante, o governo de Pernambuco passa a ser beneficiado. É uma política pública onde todos saem ganhando ”, diz Alexandre Andrade Lima, que é o presidente da AFCP.