A mecanização do corte da cana tem cumprido seu papel ambiental e social. Além da qualificação no campo, incentivou a melhor qualidade de vida e inspirou diversos colaboradores à volta aos estudos. O ex cortador de cana, Wilton Campos, operador de colhedora da Usina Pitangueiras, saiu do Sudeste de Minas Gerais, e foi tentar a vida na região de Bauru (SP) em busca do sonho de ter uma habilitação e comprar sua tão sonhada moto. Foi nesse momento que começou a cortar cana e a ter sua renda pessoal. Com o passar dos anos, foi trabalhar na Usina Pitangueiras, no interior de São Paulo. E hoje, trabalhando na mecanização da colheita, sua vida deu uma reviravolta pois voltou a frequentar a escola. “Com o corte manual eu chegava muito cansado e não tinha ânimo para realizar simples tarefas do dia a dia, mas há quatro anos tudo mudou. Recebi uma chance da Usina Pitangueiras, para sair do corte manual e ser operador de colhedora e assim minha carreira deslanchou. Fiz um curso pago pela Usina no Senai de Ribeirão Preto e me senti motivado a concluir os estudos. Agora curso supletivo em outra cidade, em Bebedouro”, diz.
Atualmente, com 34 anos, Campos pretende seguir adiante até a faculdade. “Quero ter um diploma universitário relacionado a área agrícola”.
Por causa da mecanização, Amaro da Silva, operador de colhedora da Usina Barralcool, também se sentiu motivado a voltar às aulas. “Estudei apenas até quarta serie do ensino fundamental, e voltei estudar há quatro anos e agora estou terminando o ensino médio”.
Ele explica que quando saiu de Alagoas não sabia ler e escrever e nem tinha disposição para isso, por causa do cansaço causado pelo corte manual de cana. “Antes eu só queria descansar. Valeu a pena ter conquistado esse novo cargo. Me sinto muito orgulhoso e tenho certeza que foi muito bom mecanizar a colheita pois melhorou a saúde da população e do trabalhador, além de ter melhorado o clima”, finaliza.
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