Agricultura

Como o tarifaço de Trump impacta as usinas de cana do Nordeste

Usinas de cana do Nordeste tinham cota de menos de 180 mil toneladas de açúcar até então exportadas sem tarifas aos EUA

O tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil, em vigor a partir do próximo dia 6 de agosto, atinge em cheio as usinas de cana-de-açúcar do Nordeste.

Isso porque as usinas da região tinham cota de exportação de açúcar aos EUA isentas de tarifa.

O volume, porém, era pequeno, e girava em torno de 180 mil toneladas ao ano, frente a uma produção anual que costuma ficar entre 3,6 milhões e 3,7 milhões de toneladas por ano.

Agora, no entanto, cada tonelada de açúcar passa a se taxada em 50% para entrar nos EUA

Impacto das Tarifas nas Usinas de Cana-de-Açúcar do Nordeste

Com as novas tarifas, “podemos performar, mas passa a ser uma exportação menos quantitativa, que já é uma quantidade que não é expressiva”, explicou, ao Valor, Renato Cunha, presidente da Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio) e do Sindaçúcar de Pernambuco.

Segundo ele, a cota criava ainda uma demanda segura, o que não existe mais. “É importante a figura do refinador americano porque ele é um bom comprador. Não vamos desistir de uma parceria muito consolidada que temos”, defendeu.

Investimentos e Logística do Setor Sucroalcooleiro

Segundo Cunha, o setor sucroalcooleiro da região investiu em produção e logística para exportar açúcar os EUA, incluindo dois terminais portuários. “Até hoje fizemos tudo correto.”