As variedades de cana desenvolvidas pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) estão ganhando espaço na região Nordeste do país.
“Como forma de ampliar a nossa presença no mercado, anunciamos, recentemente, a ampliação do nosso programa de melhoramento dedicado à região, saindo de dois para seis polos de testes, o que ampliará o nosso sucesso em encontrar as melhores variedades para nossos clientes”, informou o CEO do CTC, César Barros.
“O Nordeste é um mercado relevante para a cana-de-açúcar. Nossos clientes têm demandado maior número de variedades, o que é crucial para a mitigação do risco diante das variações climáticas e para a busca contínua da elevação do potencial produtivo”, afirma Barros. “Além da ampliação do número de variedades adaptadas, estamos muito atentos para trazer as melhores soluções de manejo para as principais pragas que atacam o canavial”, completa.
Em seu portfólio de variedades para o Nordeste, o CTC oferece três variedades BT, que atuam no controle da broca da cana-de-açúcar. A modificação genética permite também a supressão da broca gigante, considerada a principal praga dos canaviais da região.
De acordo com a companhia, foram reforçados os investimentos na região para trazer materiais mais adaptados. O foco está na estação de hibridação de Camamu, no sul da Bahia, no polo base de Santa Rita (PB) e no polo avançado de Coruripe (AL). Além disso, quatro novos polos devem ser implementados nesta safra.
Ainda segundo o CTC, a companhia investe cerca de R$ 200 milhões anualmente, o equivalente a 50% da receita, em três linhas de pesquisa e de desenvolvimento: melhoramento genético, biotecnologia e sementes sintéticas. Todas essas tecnologias podem beneficiar o mercado nordestino.
Conforme números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nas últimas dez safras, a região Nordeste tem apresentado uma média de, aproximadamente, 800 mil hectares de área colhida e o processamento de 50 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
Dentro desse contexto, os estados de Alagoas e Pernambuco são os principais protagonistas, representando uma parcela significativa da produção regional. Alagoas se destaca, com uma média de 36% da área total colhida na região, enquanto Pernambuco apresenta uma média de 27%, ambos totalizando mais de 60% de toda produção de cana do Nordeste.
Em termos de portfólio e de presença no mercado, o CTC nota a diversificação de variedades e a penetração de mercado no cenário agrícola ao longo das safras. Em 2013/14, eram utilizadas apenas oito variedades; já na safra 2023/24, esse número aumentou para 23. Além disso, os cultivares estão presentes em clientes que representam mais de 50% da área cultivada com cana no Nordeste, triplicando a presença do portfólio do CTC nesse período.
Para as próximas safras, a expectativa é lançar até duas variedades por ano. De acordo com a companhia, esse processo deve acelerar ainda mais a adoção de variedades desenvolvidas pelo CTC na região Nordeste.
O diretor comercial do CTC, Luiz Antônio Dias Paes, destaca a importância dessa proximidade da área técnica e comercial do CTC com os produtores. “Faz muita diferença essa proximidade do nosso atendimento, não só de variedades, mas na questão de trazer o uso de tecnologias mais atuais e de você trazer resultados que você está vendo em outras regiões para dar orientação para nossos clientes. Então, essa proximidade nossa de apoio técnico tem sido muito reconhecida”, disse.