Cana-de-Açúcar

Índice de Preços ao Produtor (IPP) é de 0,74% em abril

Aumento do preço da cana e da soja influenciou o resultado, afirmou o IBGE

Ilustração de conteúdo sobre a Usina Nova Gália
Operação de colheita da matéria-prima do etanol e do açúcar | Foto: Getty Images

Em abril de 2024, os preços da indústria variaram 0,74% frente a março de 2024, terceiro resultado positivo seguido nesse indicador levantado pelo IBGE. Nessa comparação, 20 das 24 atividades industriais tiveram variações positivas de preços. O acumulado no ano foi de 0,99%, enquanto o acumulado em 12 meses ficou em -3,08%. Em abril de 2023, o IPP havia sido -0,35%, no mesmo acumulado em 12 meses.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas.

As quatro variações mais intensas foram em papel e celulose (3,99%); indústrias extrativas (-3,58%); fumo (2,49%); e farmacêutica (2,10%).

Refino de petróleo e biocombustíveis: pelo terceiro mês consecutivo, os preços do setor, na comparação do mês contra o mês anterior, apresentaram variação média positiva, 0,79%. Com isso, o acumulado no ano saiu de -3,06%, em março, para -2,29%, em abril (em abril de 2023, estava em -8,55%). Já no acumulado em 12 meses, a variação foi de -9,65%, a menor da sequência de 14 meses consecutivos de resultados negativos nesse indicador, iniciada em março de 2023 (-10,42%).

Além de ter sido a maior variação, em módulo, na comparação de abril de 2024 contra abril de 2023, a atividade foi destaque em termos de influência nos três indicadores: a quarta na comparação mensal (0,08 p.p., em 0,74%); a terceira no acumulado no ano (-0,24 p.p., em 0,99%); e a primeira no acumulado em 12 meses (-1,07 p.p., em -3,08%).

Os quatro produtos que mais influenciaram o resultado responderam por 0,81 p.p., em 0,79% (ou seja, é negativa a influência dos outros seis produtos). Chama a atenção o fato de, entre os quatro produtos destacados, dois não serem derivados de petróleo: “álcool etílico (anidro ou hidratado)” e “biodiesel”, ambos feitos a partir de produtos cujos preços aumentaram, cana-de-açúcar (início de safra, mas ainda sem efeito de baixa no preço) e soja (sob pressão de demanda e depreciação de 3,0% do real frente ao dólar).

Outros produtos químicos: em abril, os químicos foram vendidos a preços 0,97% mais caros que o praticado em março na porta da fábrica. O aumento é o terceiro consecutivo na comparação mês a mês, com isso o acumulado no ano do setor chegou a 3,03%, o colocando dentre os destaques da indústria geral em termos de influência para o resultado agregado – com o terceiro maior peso no cálculo do IPP, a indústria química repassou 0,23 p.p. à variação de 0,99% do índice geral (quarta influência mais intensa do acumulado no ano).

A petroquímica foi a principal responsável pela variação positiva setorial de abril frente a março, enquanto os defensivos, com menores preços médios, foram destaque em termos de compensação dessa alta percebida no agregado. No mercado dos defensivos, é possível perceber que a redução nos preços de inseticidas e herbicidas prevaleceu sobre a alta registrada no preço dos fungicidas, pautando o resultado médio do grupo econômico.

Em 12 meses, a química acumulou retração de 7,08% nos preços, terceira taxa mais intensa registrada dentre os setores investigados pelo IPP neste indicador (M/M-12) e também terceira influência mais intensa no acumulado geral, -0,58 p.p. em -3,08% de variação acumulada em média pelas indústrias extrativas e de transformação. O registrado de abril manteve o padrão de desaceleração deflacionária do setor percebida desde o segundo semestre de 2023, com influência importante dos fertilizantes e defensivos nesse resultado de mais longo prazo.