Safra 2024/25

Clima seco antecipará conclusão da safra 2024/25

Expectativa é que maior parte do ciclo agrícola esteja concluído entre a segunda quinzena de outubro e a primeira quinzena de novembro

Clima seco antecipará conclusão da safra 2024/25

Com uma moagem projetada entre 615 a 622 milhões de toneladas, a safra 2024/25 deverá ser finalizada mais cedo, entre meados da segunda quinzena de outubro e a primeira quinzena de novembro. Essa antecipação resultará em uma entressafra mais longa para o próximo ciclo.

A projeção foi apresentada pela SCA Brasil durante uma live realizada nesta quarta-feira (17), pelo CEO da empresa, o economista Martinho Seiiti Ono. Segundo Ono, a área cultivada é 4,8% maior em relação ao ciclo 2023/24.

“Até o final de julho, esperamos que a área colhida seja 15% maior e a moagem nesse período deverá ser 8,4% superior em comparação com 2023. O TCH (toneladas de cana por hectare) está apresentando uma tendência de queda e, até o final de julho, prevemos que mais de 50% da safra já esteja moída. Com a previsão de chuvas abaixo da média na primavera, a expectativa é que a safra tenha seu final antecipado, com a maior parte devendo estar concluída até a primeira quinzena de novembro”, explica.

Participaram também da live o diretor de Inteligência Setorial da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), Luciano Rodrigues, e a meteorologista da Climatempo, Dayane Figueiredo.

Luciano Rodrigues destacou que a produção de etanol de milho deve crescer. “Na safra passada, o biocombustível teve uma participação de 19%, e nesses três primeiros meses de safra já chegou a 16%, então, ao final, deve superar os 19% obtidos no ano passado”.

Em relação à produção de açúcar, Rodrigues observou que o mix de produção se manteve semelhante ao do ano passado, contrariando as expectativas do mercado de um aumento na produção de açúcar. “Entre os elementos que explicam isso, está a cana bisada do começo da safra e as condições climáticas”, explicou.

Dayane Figueiredo, da Climatempo, destacou que, devido ao fenômeno La Niña, as chuvas devem chegar atrasadas neste segundo semestre. “Para julho e setembro de 2024, as chuvas ocorrerão de forma mais pontual. As temperaturas também devem seguir em elevação, de 3 a 5 graus acima da média, o que prejudica o desenvolvimento das culturas”, explicou. Segundo ela, as chuvas só devem ocorrer com regularidade a partir da segunda quinzena de outubro. Já em novembro e dezembro, são esperadas chuvas acima da média e temperaturas abaixo da média, o que favorece as culturas.

Dayane alertou sobre a necessidade de utilizar tecnologias para se adaptar às mudanças climáticas e assegurar melhores condições para as culturas.

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