Cana-de-açúcar

Canaplan projeta quebra de 9% na safra 2024/25

Etanol de milho avança com estimativa de uma produção de 8 bilhões de litros, contra os 6,2 bilhões produzidos na safra anterior

Canaplan projeta quebra de 9% na safra 2024/25

Em um cenário de clima menos seco, a Canaplan projetou uma moagem de 611,04 milhões de toneladas para a safra 2024/25. Esse número representa uma quebra de 9%, em comparação com a safra de 2023/24.

“Uma quebra sobre a safra anterior, que foi recorde, portanto, uma boa safra, com uma boa moagem e preços médios positivos”, avaliou o diretor da Canaplan, Luiz Carlos Corrêa Carvalho (Caio Carvalho) durante a 1ª Reunião do ano da consultoria, realizada no dia 25 de abril, em Ribeirão Preto – SP.

Mas esse foi apenas um dos três cenários apresentados pela Canaplan, que também trabalhou com números em condições climáticas “seca” e “mais seca”, o que elevaria a queda para algo em torno de 11% fixando a moagem em 597,61 milhões de toneladas.

Nos três cenários há predominância do mix açucareiro sendo 50,5% para o açúcar e 49,5% para o etanol. A produção de açúcar foi estimada entre 40,5 e 41,5 milhões de toneladas, enquanto que a de etanol ficou na casa dos 32 bilhões de litros, incluído a produção de etanol de milho, estimada em 7,5 bilhões de litros.

Caio Carvalho chamou a atenção para o crescimento da participação do milho na produção de etanol. Números da safra 2023/24 apontam que entre os cinco maiores produtores de etanol no Brasil, dois deles utilizam o milho como matéria prima.

A lista é liderada pela Copersucar com uma produção de 2,64 bilhões de litros; seguida pela Inpasa (etanol de milho) com 2,50 bilhões; em terceiro a Raízen com 2,02 bilhões; em quarto a FS com etanol de milho 1,53 bilhões e em quinto a Atvos com 1,42 bilhões de litros.

“O crescimento da produção de etanol de milho é surpreendente. Eles produziram 6,2 bilhões de litros na safra 2023/24 e estão falando em 7,5 a 8 bilhões de litros na 2024/25, disse Carvalho. Segundo ele, os reflexos da safra anterior com exportação extraordinária, alta do etanol, custos em queda, uma demanda do etanol em recuperação, trazem otimismo para a safra 2024/25.

“A recuperação do mercado de etanol é nítida em comparação com abril, maio e junho do ano passado, o que deixa o setor mais animado. As projeções indicam que o quilo do ATR seja parecido com o que a gente viu na safra 2023/24, talvez até um pouco superior”, afirmou, lembrando, no entanto, que “é importante estar atento às projeções, mas sem abrir mão dos conceitos e investir em tecnologia.”

Para o analista da Canaplan, Ciro Sitta, o nível de investimentos que o setor adotou nos últimos anos, refletiu na safra 2023/24 possibilitando atingir o patamar de 3,38 de idade média do canavial, “o que ajudou bastante na produtividade agrícola. Em termos de ATR, 136,0 na entrada da usina, e ATR/há de 11,9 toneladas na safra 2023/24. O grande diferencial da safra 2023/24 foi a produtividade, que esteve em patamar mais elevado desde o início da temporada”, destacou Sitta.

Segundo ele, a estimativa de plantio para 2024/25 está 7% abaixo do realizado em 2023/24, de acordo com os primeiros resultados do questionário de plantio aplicado em abril/24, pela Canaplan. “Mas ainda faltam informações, mas já dá para notar a tendência de envelhecimento do canavial para 2024/25” aponta Sitta, indicando também uma quebra de TCH de 9,5% com relação à 2023/24.

Para o consultor da Canaplan Nilceu Cardoso, as condições adversas vividas na safra 2021/22, forçaram a taxa de renovação do canavial, “pois a gente vinha com a ilusão que o canavial era eterno”, disse. “A 2022/23 foi de recuperação para melhorar e teve a ostentação em 2023/24 e depois da ostentação, tem a ilusão. Ou seja, não contemplava um verão de tantas irregularidades, mas sim um outono/inverno mais seco, avalia o consultor.

“Entre os cenários de safra normal com seca no inverno, chuvas pontuais no outono e retorno das chuvas na primavera e o de safra mais seca (seca no inverno sem chuvas pontuais no outono e retorno tardio das chuvas na primavera) as principais diferenças são uma safra acelerada, final precoce, efeito do mix, cerca de 12% de queda, com 78 toneladas, e idade média mais baixa que na temporada passada”, explicou Cardoso.

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