Patricia Barci e Wellington Bernardes, De Piracicaba, SP
Está acontecendo, nesta terça-feira, dia 22 de julho o primeiro dia de palestras, parte do I Workshop Internacional sobre Cadeia Sucroenergética, no Anfiteatro da USP- ESALQ em Piracicaba, SP.
Com temas como a cana-de-açúcar no século XXI, qualidade da cana-de-açúcar com a colheita de cana crua e cana energia, gestão e manejo de palha para cogeração ou biorrefinarias, e outros temas relacionados com o desenvolvimento do setor sucroenergético, o evento reúne palestrantes do mundo acadêmico, e da indústria do Brasil e do exterior.
Para o professor da ESAQ, Fábio Marin, um dos participantes, é uma oportunidade de trocar experiências e uma chance dos palestrantes internacionais entenderem o que se passa com nosso setor. “Não existe outra maneira de entender o que se passa aqui no Brasil a não ser estando aqui e sentindo na pele. Lá de fora é muito difícil compreender com exatidão o que chamamos de crise. Além disso, é uma ótima maneira de trocar ideias para desenvolvimento de novas tecnologias”, disse.
Na parte da manhã, o professor e pesquisador da Unesp de Jaboticabal, SP, Marcos Marques Omir, tratou sobre a qualidade da cana-de-açúcar com a colheita mecanizada. Para o pesquisador, há diferenças sobre a visão de qualidade entre produtor e cliente, o primeiro está preocupado com o fornecimento de matéria-prima com as adequações que o cliente pede, este, que vincula à qualidade o valor desta.
Omir relatou que o processo de colheita é crucial para manutenção do produto obtido em campo, e para isso é preciso atenção sobre este processo. “O operador da colhedora deve ter consciência que qualquer erro nesta etapa acarretará em prejuízos para a geração dos produtos sucroenergéticos”, explica. Marques relatou os principais erros cometidos na colheita: uso de velocidade da colhedora acima da qual esta fora projetada; falta de sistematização do canavial, que gera erros no processo de corte; e desligamento de sopradores de palha das colhedoras. Tais práticas contribuem para incrementos de impurezas, que geram redução produtiva dos produtos, inclusive da nova tecnologia, o etanol celulósico.” Com mais palha ou terra em seu produto, o peso é maior porém a produção é prejudicada. Devemos entregar matéria-prima para indústria e não apenas peso”, conclui.