Agricultura vê mercado de etanol regularizado em até 30 dias

O Ministério da Agricultura avalia que o mercado de etanol no Brasil deverá se regularizar em um período de até 30 dias, disse nesta quinta-feira o coordenador-geral de Açúcar e Etanol da pasta, Cid Caldas.

Os preços do etanol seguem em patamares elevados apesar do início da safra de cana do centro-sul do Brasil, no início deste mês.

Normalmente, as cotações são pressionadas quando a moagem de cana começa, mas Caldas também lembrou que o consumo está muito elevado com o crescimento da frota de veículos flex mais acelerado que o ritmo de aumento da produção de etanol.

“Não podemos nos esquecer que a produção já teve início. Então, em no máximo em 30 dias, o mercado (de etanol) estará totalmente regularizado”, disse ele à Reuters.

Caldas fez a afirmação ao comentar a Medida Provisória 532, publicada nesta quinta-feira, que pode permitir ao governo reduzir a mistura de etanol anidro na gasolina para até 18%, ante 20% do piso anterior — o intervalo da mistura possível agora, com a publicação da MP, é de 18% a 25%.

Uma redução da mistura, atualmente em 25%, aliviaria o abastecimento.

“O piso passou a ser 18%… ela (a Medida Provisória) só abre a possibilidade (de redução da mistura para aquele patamar). Se o governo assim entender, ele pode trabalhar com esse patamar”, disse.

Embora tenha participado das discussões sobre a MP, ele não quis expressar a sua opinião sobre uma eventual necessidade de redução da mistura.

Caldas explicou que, uma vez que a lei determinava um intervalo de 20% a 25% na mistura, houve a necessidade de publicação de uma MP para a alterar a legislação.

O coordenador-geral disse não ter informação se o governo vai reduzir a mistura, como tem sido comentado.

“A medida é pra dar uma amplitude maior… O que ocorreu nos últimos anos é que teve uma aceleração de vendas de veículos… a produção (de cana) não acompanha no mesmo ritmo”, destacou.

“Se vai montar uma unidade produtora leva três a quatro anos para formar o canavial, para implantar a unidade, não no mesmo ritmo de produção de veículos.”