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Agricultura familiar: setor pode produzir energia renovável

“Utilização de resíduos agrícolas oriundos da agricultura familiar na produção de energia renovável” é tema do programa de rádio Prosa Rural, da Embrapa Informação Tecnológica, que será veiculado em todas as regiões do Brasil, de hoje até o dia 28 de junho. O tema será apresentado pela Embrapa Agroenergia, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

No programa o pesquisador da Embrapa Agroenergia, José Dilcio Rocha, explica como os agricultores familiares podem utilizar resíduos agrícolas produzidos na propriedade rural para produção de energia. Em toda propriedade rural são encontrados diversos resíduos, como sobras de madeira, casca de arroz e de café, sabugo de milho, caroço de açaí, bagaço de limão e laranja, entre outros.

De acordo com o pesquisador, qualquer resíduo agrícola ou flo restal pode ser matéria prima para a produção de briquetes – uma fonte concentrada e comprimida de material energético que pode ser queimado no lugar da lenha.

Os briquetes são produzidos a partir de qualquer biomassa vegetal, matéria-prima que deve ser processada por uma briquetadeira, máquina com capacidade para processar entre 50 e 1000 kg/h de resíduos. O pesquisador desenvolveu uma briquetadeira que está sendo fabricada por empresas da iniciativa privada. O equipamento deve ser dimensionado para atender a cada propriedade e ter um custo de investimento e operacional compatível.

Durante o programa, Dilcio explica os procedimentos a serem adotados para a produção dos briquetes. O primeiro passo é manusear os resíduos com o mesmo cuidado com que se manuseia produção de alimentos. Além disso, devem estar fora de alcance da chuva e terra. Dado o primeiro passo, os resíduos devem ser secados e moídos. Logo após, o resíduo estará pronto para ser briquetado.

Com o material na mão é hora do produtor ganhar dinheiro. Dilcio sugere que o produtor deve buscar na cidade mais próxima, estabelecimentos comerciais que tenham forno ou caldeira para serem compradores dos briquetes produzidos.

Pizzaria, padaria, hotel, olaria ou cerâmica, laticínios, indústria de gesso, entre outros que usam forno são sugestões.

É importante também fazer um plano de negócios para controlar os custos envolvidos nesta atividade, que pode ser feita com a parceria da assistência técnica ou da associação de produtores. O produtor rural deve se organizar com outros produtores para adquirir equipamentos mais caros como briquetadeira, secador e picador.

Diante dos preços altos dos combustíveis tradicionais, da crescente conscientização quanto à preservação ambiental e das dificuldades para obtenção de lenha, a produção de briquetes se apresenta como uma alternativa que traz benefícios sociais, econômicos e ambientais. O biocombustível substitui a len ha na sua totalidade, sem a necessidade de qualquer modificação no equipamento, inclusive os novos fornos a lenha compactos trazendo assim economia, comodidade, rentabilidade e a garantia no fornecimento. “Esse aproveitamento ajuda na renda do pequeno produtor, além de evitar que este material seja queimado a céu aberto, causando danos ao meio ambiente”, conclui o pesquisador.

Além das sugestões do pesquisador, os ouvintes também podem escutar dicas para produção dos briquetes. Produzido por Dijalma Barbosa da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em um diálogo informal, entre casal de produtores, Dona Maria convence Seu Zé que, no lote onde moram, muito produtos podem ser reciclados e virar lenha ecológica. Desse jeito, não faltará mais fogo para cozinhar. Com informações da assessoria de imprensa da Embrapa Agroenergia.

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