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África do Sul estuda biomassa brasileira

A África do Sul enfrenta, desde 1994, com o fim do apartheid, uma série de desafios para combater a pobreza entre a maioria negra, afetada pelas décadas de políticas racistas. Entre os muitos problemas está a ampliação do acesso a energia elétrica.

O país avançou nessa área nos últimos anos — a porcentagem da população que não conta com o recurso caiu de 65%, em 1994, para 30% este ano —, mas ainda não conseguiu universalizar os benefícios. Para levar luz para todos, a África do Sul está interessada em aprender sobre a experiência brasileira na produção de energia através da biomassa, especialmente do etanol da cana-de-açúcar.

A principal dificuldade do país nessa área, hoje, é levar eletricidade às áreas rurais, segundo a vice-ministra de Energia, Lulu Xungwana, que veio ao Brasil para participar da primeira assembléia do GVEP (Parceria Global em Energia Comunitária, em inglês), que ocorreu em Brasília, entre 20 e 21 de outubro, e aproveitou a visita à cidade para fazer reuniões com o Ministério de Minas e Energia brasileiro.

“Nas comunidades rurais não temos infra-estrutura alguma para o fornecimento de energia”, disse ela. “E é necessário muito dinheiro para realizar isso”. Para os locais em que a extensão da rede tem custos muito elevados, o governo estuda usar de energia de biomassa. “Queremos aprender com o Brasil, porque os brasileiros estão há tempos nessa área de trabalho. Queremos aprender com o que eles alcançaram até agora para desenvolver a nossa própria indústria de biocombustível”, afirmou Lulu Xungwana.

No momento, os sul-africanos estão estudando que vegetais seriam mais adequados ao clima e à topografia do país. “Estamos vendo mandioca, soja e cana-de-açúcar. Vamos conversar sobre até onde o Brasil já foi e com quais metodologias, e vamos visitar alguns projetos para podermos aprender com eles”.

“Somente as fontes alternativas podem nos ajudar a enfrentar o imenso desafio do aumento dos preços do petróleo. Além disso, há a necessidade de procurar sempre fontes de energia limpas e renováveis para resolver o problema das mudanças climáticas”, afirma. O governo está investindo em pesquisas que tentem superar alguns entraves das fontes alternativas, como o custo e a eficiência da energia.

A vice-ministra pretende levar o que aprendeu com os projetos brasileiros para a África do Sul e, no futuro, desenvolver uma cooperação mais próxima entre os dois países na área.

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